Um dos principais criminalistas do país defende impeachment porque Bolsonaro banalizou a vida

Por Itasat

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defende o impedimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Crítico do impeachment, Kakay mudou de ideia em razão do comportamento do presidente diante da pandemia do novo coronavírus.

Kakay disse que já foi procurado no passado para defender Bolsonaro, mas recusou a proposta. O advogado considera que o presidente Bolsonaro já cometeu diversos crimes de responsabilidade, dentro e fora do contexto da pandemia.

“Acho que não temos nenhuma hipótese de golpe. Acho que o presidente Bolsonaro, que é um golpista muito fraco, não tem apoio do generalato para um golpe. O Exército brasileiro é muito forte, muito com visão constitucional e com visão da sua presença na história do Brasil”, disse. 

Kakay disse que escreveu um artigo há seis, sete meses contrário ao impeachment, por considerar que ‘quem ganha governa’. "Agora, depois da pandemia tenho escrito a favor do  impeachment, porque ele banalizou a vida”. 

Para o criminalista, Bolsonaro comete crimes de responsabilidade e comum. “Evidentemente que aquele sai sem máscara... não se pode penalizar uma pessoa dessa imputando-lhe crime, mas no regime presidencialista a força simbólica do presidente da República é muito forte. E quando ele instiga, diz que não existe crime, vai pra rua, pega nas mãos das pessoas e pega criança ele está, na verdade, instigando o crime de epidemia”, diz.

O advogado diz que o presidente Bolsonaro segue na contramão mundial no combate ao vírus. “Esse não enfrentamento da crise com responsabilidade fez o Brasil estar hoje, oficialmente, com 65 mil mortos. Infelizmente, pela forma abjeta que o presidente da República trata o assunto, pelo desprezo à vida temos que fazer o enfrentamento do vírus e do verme. Isso é extremamente triste”, diz.