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RR MÍDIA 3
Pela 2ª vez

Alunos e professores voltam a encontrar erros no material de ensino a distância do Governo de Minas

Nas primeiras apostilas foram encontrados 42 erros de ortografia e gramática, 122 plágios e 89 erros de conteúdos

13/07/2020 11h07
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Por Itasat

Professores e alunos da rede estadual passam por vários problemas relacionados ao ensino a distância e ao material didático disponibilizado pelo Governo de Minas. Por causa da pandemia do novo coronavírus, desde o dia 18 de maio as aulas remotas promovidas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) são transmitidas pelo internet e pela televisão e as atividades são feitas através de material físico disponibilizado pelo Governo. 

Nas primeiras apostilas foram encontrados 42 erros de ortografia e gramática, 122 plágios e 89 conteúdos com erro. O Governo declarou que o material foi produzido em tempo recorde e que os erros podiam ser corrigidos ao longo do tempo, a medida que professores fossem vendo e apontando as falhas.

De acordo com Karina Resende, professora de História da rede estadual, não é obrigação dos professores apontar erros.  “Não deveria e não é trabalho dos professores, a gente não recebe para isso, inclusive a gente tem atraso nos nosso pagamentos para ainda ser cobrado para que, se quisermos um material de qualidade, que os erros sejam apontados por nós. Isso é muito problemático. Isso demonstra a falta de cuidado com a secretaria no preparo do material e como o material é apenas a materialização de uma série de transtorno e de equívocos que é esse regime não presencial.”

"É muito delicado a Secretaria ter produzido um material já esperando erros. A gente acredita que, assim como os livros didáticos que passam por uma avaliação de uma banca especializada, os alunos mereciam receber um material que de fato tivesse tido uma boa qualidade, que fosse revisado pela própria secretaria que empenhou e está empenhando tempo e dinheiro público nessa tarefa.”

Professores da rede estadual se reuniram para apontar os erros das primeiras apostilas e, mesmo após essa revisão, o material continuou com diversas falhas. Segundo Karine, esses erros tem prejudicado a qualidade do ensino. 

“O primeiro volume veio com erros chocantes, de digitação, que comprovam que não houve nem uma primeira revisão do conteúdo, erros de diagramação, gramaticais, erros em diversas instâncias. Uma das principais questões que foram colocadas pelos professores é o fato de que é um material digital que não foi adaptado para ser impresso, então a gente continua com erros de links que não funcionam, continua com questões muito confusas e textos que tratam de um conteúdo de maneira muito superficial. Recebo mensagens constantes de alunos dizendo que não estão aprendendo nada.”

“Tem erro dizendo que Willian Shakespeare nasceu no século passado, erros de gramatica, erros em física falando sobre a teoria atômica de forma absolutamente equivocada, em história conteúdos e falas problemáticas, preconceituosas. A gente segue com erros de que o aluno precisa verificar um mapa, por exemplo colorido, ele vai receber a apostila preto e branca e não vai conseguir fazer os exercícios”, completou. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que cerca de 70 professores universitários de todas as áreas de conhecimento participaram do processo de revisão do segundo volume do material. A pasta ressaltou ainda que, desde o início do ensino remoto, foi disponibilizado um canal de comunicação para receber sugestões.