Por Itasat
O vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Rafael Menin, adotou um tom conciliador, após a polêmica instaurada nos bastidores do clube quanto à marcação da data de votação do balanço financeiro de 2019 pelos conselheiros. Em entrevista, Rafael, que é presidente da MRV e filho de Rubens Menin, principal investidor do Galo, pediu “paz” e frisou ainda que torcida, conselho e diretoria “remem na mesma direção”.
A polêmica surgiu depois que Rafael Menin marcou, na noite da última quinta-feira (16), a data para a apreciação do balanço financeiro de 2019 do Atlético que será no dia 31 de julho. Na manhã desta sexta, o presidente do Conselho Deliberativo, Castellar Guimarães Filho, enviou uma carta aos conselheiros, à presidência do clube e à presidência do Conselho Fiscal explicando os motivos pelos quais ainda não tinha marcado a reunião e criticando a publicação do edital feita por Rafael afirmado que foi feita de forma “apressada e equivocadamente”.
Rafael Menin explicou que o Atlético tem um prazo legal para apreciar o balanço e, caso a reunião não fosse convocada até o último dia de julho, o clube corria o risco de ser punido no Profut, programa do governo federal de parcelamento das dívidas fiscais.
“O Atlético, como todos sabem, anualmente tem que prestar conta, o balanço é auditado e está submetido ao conselho, que aprova o balanço. Essa é uma das exigências do Profut, o clube tem que ter uma data para submeter o balanço e ter aprovação deste balanço por parte do conselho. Quinta, dia 16, era a data-limite para que fosse feita a convocação para aprovação do balanço até o dia 31 de julho. A diretoria executiva ficou extremamente angustiada tentando contato com o conselho para que fosse marcada a reunião para apreciação das contas. Por volta de 16h, 17h, a diretoria me procurou e eu, como vice-presidente do conselho, fiz o convite para o conselho aprovar as contas, sempre com a preocupação de preservar a entidade Clube Atlético Mineiro”, afirmou.
A Lei Pelé e o estatuto do clube estabeleciam que o estatuto fosse apreciado até 30 de abril. Contudo, por causa da pandemia da covid-19, o governo federal estendeu o prazo para 31 de julho.
“Sabendo que, neste momento, a gente está fazendo uma restruturação no clube, há uma transformação de gestão, de transparência e de governança. A não aprovação do balanço poderia ter como resultado o nosso desenquadramento no Profut, existe uma chance. E desenquadrar do Profut seria um golpe muito duro para o clube, que teria, possivelmente, muitos anos de uma penúria enorme”, completou Menin.
Em entrevista em abril deste ano, Castellar Guimarães Filho cogitou concorrer à presidência do clube nas eleições de outubro deste ano. Vale ressaltar que ele é da ala do ex-presidente Alexandre Kalil, que não tem se dado bem com o atual presidente Sérgio Sette Câmara que, por sua vez, tem o apoio de Rafael Menin.
Sem citar a parte política, Rafael Menin adotou o tom conciliador para trabalhar em prol do clube. “O ponto importante é que a gente tem tentado somar esforços no Atlético para que a gente tenha paz e tenha um clube no qual a torcida, o conselho e a diretoria remem na mesma direção. Esse é o segredo do sucesso. Quando tem divergência, cada um querendo seguir uma direção, dificilmente conseguiremos sucesso que está sendo planejado para o clube”, declarou.
“A gente fez (a convocação da votação do balanço) pensando no futuro do clube, sem nenhum tipo de pressão política. O projeto é o Galo, acho que todo mundo que está lá ama o clube e quer o melhor para o clube”, finalizou.