Por Itasat
O balanço financeiro de 2019 do Atlético foi aprovado, por unanimidade, na noite desta sexta-feira, pelo Conselho Deliberativo. Cerca de 150 conselheiros participaram da assembleia, realizada no clube Labareda, na Pampulha.
O clima da reunião foi bastante tranquilo, após a polêmica criada nos bastidores do clube em torno da marcação da data do encontro para votar o balanço financeiro.
Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do clube, e Ricardo Guimarães, dono do Banco BMG e um dos parceiros do Galo, não compareceram à votação. Já Rubens Menin, principal investidor do Atlético neste ano e fundador da MRV, e Rafael Menin, presidente da construtora e vice do Conselho Deliberativo, estavam presentes.
As contas do Atlético no ano passado apresentaram um prejuízo de R$ 5,7 milhões. O déficit poderia ter sido maior se o clube não registrasse a doação de R$ 49 milhões de Rubens Menin referente ao terreno onde está sendo construída a Arena MRV. Vale ressaltar que a manobra contábil é legal, porém a quantia não entra nos cofres do clube para custear o futebol.
A dívida total do Atlético saltou de R$ 652 milhões em dezembro de 2018 para R$ 746 milhões ao fim do ano passado.
Polêmica da marcação da data da reunião
A marcação da reunião do Conselho para apreciação do balanço do clube gerou polêmica nos bastidores do Galo. A polêmica surgiu no dia 16 de julho, depois que o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Rafael Menin, marcou para esta sexta-feira (31 de julho) a data para a apreciação do balanço financeiro de 2019 do Atlético.
No dia seguinte, o presidente do Conselho, Castellar Guimarães Filho, enviou uma carta aos conselheiros, à presidência do clube e à presidência do Conselho Fiscal explicando os motivos pelos quais ainda não tinha marcado a reunião e criticando a publicação do edital feita por Rafael afirmado que foi feita de forma “apressada e equivocadamente”.
Em entrevista, Rafael, que é presidente da MRV e filho de Rubens Menin, principal investidor do Galo, pediu “paz” e frisou ainda que torcida, conselho e diretoria “remem na mesma direção”.
Rafael Menin explicou que o Atlético tem um prazo legal para apreciar o balanço e, caso a reunião não fosse convocada até o último dia de julho, o clube corria o risco de ser punido no Profut, programa do governo federal de parcelamento das dívidas fiscais.
A Lei Pelé e o estatuto do clube estabeleciam que o estatuto fosse apreciado até 30 de abril. Contudo, por causa da pandemia da covid-19, o governo federal estendeu o prazo para 31 de julho.
Em entrevista em abril deste ano, Castellar Guimarães Filho cogitou concorrer à presidência do clube nas eleições de outubro deste ano. Vale ressaltar que ele é da ala do ex-presidente Alexandre Kalil, que não tem se dado bem com o atual presidente Sérgio Sette Câmara que, por sua vez, tem o apoio de Rafael Menin.
Sem citar a parte política, Rafael Menin adotou o tom conciliador para trabalhar em prol do clube. “O ponto importante é que a gente tem tentado somar esforços no Atlético para que a gente tenha paz e tenha um clube no qual a torcida, o conselho e a diretoria remem na mesma direção. Esse é o segredo do sucesso. Quando tem divergência, cada um querendo seguir uma direção, dificilmente conseguiremos sucesso que está sendo planejado para o clube”, declarou.