Por Itasat
Em reunião do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, que aprovou a venda do imóvel Campestre 2 para o pagamento de dívidas na Fifa, o presidente Sérgio Santos Rodrigues revelou que o clube já pagou cerca de R$ 30 milhões dos débitos com os credores na entidade máxima do futebol. No entanto, a diretoria projeta a necessidade de outros R$ 30 milhões para quitar, até o fim deste ano, o passivo por contratações feitas em gestões passadas.
“O que nós precisamos de estimativa para este ano? Cerca de R$ 30 milhões. Aí que vem o motivo de a gente estar aqui hoje também, porque por mais que gente esteja no caminho certo, isso ainda não é o suficiente para afastar as dívidas que podem chegar para a gente ainda neste ano”, disse Sérgio Santos Rodrigues antes da votação do Conselho sobre a venda do imóvel, avaliado entre R$ 13 milhões e R$ 15 milhões.
Dentre os valores a serem pagos pelo Cruzeiro na Fifa até dezembro, o mais perto de vencer é o de 395.619,00 euros (cerca de R$ 2,4 milhões) com o Spartak Moscou-RUS, referente ao empréstimo do atacante Pedro Rocha, no ano passado. O clube celeste tem que efetuar o pagamento até esta quinta-feira (6), sob pena de ficar impedido de registrar novos jogadores.
Há ainda 850 mil euros (cerca de R$ 5,1 milhões) a ser pago ao Al Wahda, referente ao empréstimo do volante Denilson, em 2016. Por não ter quitado o valor na primeira ordem de pagamento da Fifa, em maio deste ano, o Cruzeiro foi punido com a perda de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. Se não pagar na nova data que ainda será estabelecida pela entidade, que pode ser em outubro, o clube será rebaixado para a Série C.
Sérgio Santos Rodrigues afirmou que o valor a ser pago na Fifa pode ser menos do que os R$ 30 milhões estimados pelo clube. Mas que a redução depende de acordo com as equipes credoras, como aconteceu na dívida com o Independiente del Valle pela contratação do zagueiro Caicedo, em dezembro de 2016. O débito de aproximadamente 2 milhões de dólares (cerca de R$ 10,3 milhões) foi parcelado em 18 vezes.
“Esse valor pode variar? Sim, a gente pode conseguir parcelamento, como o Independiente del Valle, que acreditou na credibilidade, acreditou que a gente vem cumprindo e pagando. Mas é correto a gente contar com isso? Não. Se hoje a gente tem a oportunidade e viabilizar uma receita para adequar o nosso fluxo de caixa e evitar perdas desportivas, o melhor caminho é não contar que essas coisas possam ocorrer. E isso é só Fifa. Existem salários, despesas operacionais, entre outras coisas”, frisou.
O presidente celeste também disse que foi questionado se não poderia vender jogadores em vez de alienar bens do clube. Segundo Sérgio Rodrigues, atletas também poderão ser negociados, mas desde que cheguem boas propostas.
“Eu tive muito questionamento, como ‘vende jogador, mas não vende patrimônio’. Queremos vender também (jogador), mas tem que chegar proposta. E uma proposta que seja condizente com o que vale o jogador, porque não podemos é queimar e entregar de qualquer forma”, finalizou.