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Criminalidade

Cruzeiro: Polícia Civil detalha indiciamento de ex-dirigentes e aponta rombo de R$ 8,2 milhões

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que vai ser o responsável por oferecer denúncia à Justiça contra os dirigentes Wagner Pires, Itair Machado e Sérgio Nonato, além de quatro empresários

12/08/2020 09h34
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Por Itasat

O Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes da Polícia Civil informou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira ter constatado seis crimes cometidos por ex-dirigentes do Cruzeiro. São investigados pela instituição o ex-presidente Wagner Pires de Sá, o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato. As apurações apontam um rombo de R$ 8,2 milhões.

Uma das apurações foi sobre o empréstimo de R$ 2 milhões que um empresário do ramo de equipamento de proteção individual fez ao clube, segundo o delegado Domiciano Monteiro, chefe da Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária.

Ele explica que a transação foi realizada em 1º de março de 2018. Um mês depois, o clube afirmou que não tinha recursos para pagar o empréstimo, que só venceria no fim do ano. Desta forma, relatou o delegado, pagou o empresário com percentuais de direitos de dez jogadores.

“Os valores estimados desses direitos são em valor muito superior a esse empréstimo”, diz o delegado. Monteiro afirma que, pouco depois, outra movimentação financeira gerou suspeita. “Em data aproximada, esse mesmo empresário pagou R$ 3.700.000 a uma construtora para pagar parte de um apartamento a um então dirigente”, relatou.

O delegado contou que, na segunda fase da investigação foi averiguado empréstimo do lateral-direito Mayke, do clube celeste para o Palmeiras (o clube paulista não é suspeito). "O valor deveria ser pago até dezembro de 2018. Ocorre que, em outubro, foi inserido um intermediário nesse contrato. O contrato vigente não indicava a participação de nenhum intermediário. Esse intermediário recebeu R$ 800 mil. A polícia apurou que esse valor foi usado para pagar uma dívida particular de um ex-dirigente do clube [celeste] junto a um ex-treinador do antigo clube que ele dirigia”, afirmou.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que será o responsável por oferecer denúncia à Justiça contra os dirigentes e quatro empresários. Todos foram indiciados por apropriação indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.