Por Itasat
Palco de tantas conquistas no cenário mineiro e nacional, o estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, completa 55 anos neste sábado em meio a um momento atípico em sua gloriosa história. Com a pandemia do novo coronavírus, o estádio que já sediou jogos da Seleção Brasileira, partidas de Copa do Mundo e foi o local dos títulos importantes de Atlético e Cruzeiro teve que se readequar ao “novo normal” devido à proibição de receber público para visitação e nos jogos de futebol.
Assim como aconteceu nos últimos anos, para comemorar a data, o estádio irá promover uma programação especial com a apresentação do projeto "Novas Trilhas", onde será contada a história de músicos independentes. São eles: Paige, Coral, Júlia Rocha, Kdu dos Anjos, Marquim D'Morais e a dupla Clara e Sofia.
Mas, diante da pandemia, as apresentações dos artistas serão feitas sem a presença do público. Contudo, ninguém ficará de fora, pois os shows serão transmitidos ao vivo pelo canal do Mineirão no Youtube.
Ponto de encontro de muitos mineiros em dias da semana, e principalmente aos sábados e domingos nas partidas de Galo e Raposa, o Mineirão é um dos monumentos-símbolos de Minas Gerais para o Brasil e para o mundo.
Presidente de honra do América, o advogado Afonso Celso Raso, de 87 anos, relembrou como foram os meses que antecederam a inauguração do Mineirão, no dia 5 de setembro de 1965.
“Eu conheço o Mineirão desde os primórdios quando saiu o decreto da criação do estádio. Acompanhei aquela balbúrdia que foi na época, entre 1960 e 1964, até o governador Magalhães Pinto inaugurar a obra. As reuniões eram na redação de um diário que contou com a presença, inclusive, do saudoso Januário Carneiro, que fazia um programa de esportes pela Rádio Itatiaia”, contou.
“Foi uma luta para conseguir recursos, através da loteria, de cadeiras cativas, atrás dos bancos oficiais, para fazer a grande obra”, acrescentou Afonso Celso Raso, que foi diretor do Mineirão entre 1975 e 1982.
Não é de hoje que o estádio sedia muitos outros eventos a não ser o futebol, conforme relembra Afonso Celso Raso. “A gente tinha a expectativa de que o Mineirão serviria não apenas para os grandes espetáculos esportivos, como também para outras atividades que envolviam a sociedade como um todo. Assim, o Mineirão foi palco de espetáculos artísticos, teve um jogo de basquete lá dentro, shows, missa. Lembro-me quando o João de Deus (o papa João Paulo II) esteve aqui e o Mineirão cumpriu a sua finalidade esportiva, sociais e culturais”, frisou.
“Então, o Mineirão não foi apenas a casa do torcedor. Mas foi, na verdade, a casa do belo-horizontino e, porque não dizer, do mineiro como um todo”, finalizou.