Cruzeiro apresenta déficit de R$ 259 milhões nos cinco primeiros meses de 2020; confira detalhes

Por Itasat

O Cruzeiro divulgou nesta quinta-feira as Demonstrações Financeiras Intermediárias do clube até 31 de maio de 2020. No documento, que é uma espécie de balanço financeiro parcial dos cinco primeiros meses deste ano, a diretoria celeste informou que o resultado negativo no período, que ainda não foi auditado, é de R$ 259 milhões.

O prejuízo é o dobro apresentado nos cinco primeiros meses de 2019, quando o Cruzeiro registrou um déficit de R$ 130 milhões.

De acordo com o documento de 38 páginas, assinado pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues e pelo diretor de controladoria e finanças do clube Matheus Rocha Damasceno, a maior parte do prejuízo do Cruzeiro até maio (R$ 103 milhões) é devido a “provisões para contingências”, que são perdas com ações judiciais classificadas pelo clube como possíveis, prováveis ou remotas.

Confira as principais causas do prejuízo celeste:

- R$ 103 milhões como provisões para contingências;

- R$ 37 milhões como variação cambial negativa, por conta dos passivos em moeda estrangeira e a desvalorização do real no período;

- R$ 23,5 milhões de custo líquido de liberação de atletas;

- R$ 52 milhões de custo de indenizações a atletas liberados;

- Impairment (desvalorização dos direitos econômicos) de atletas em R$ 15 milhões.

Ainda de acordo com o Cruzeiro, o balanço negativo teve basicamente três efeitos relevantes: reflexo da má gestão conduzida durante os anos 2018-2019; a pandemia do novo coronavírus; e a redução das receitas de publicidade e televisão.

A queda das receitas também contribuiu para o déficit. O Cruzeiro arrecadou R$ 10,6 milhões nos cinco primeiros meses deste ano contra R$ 70,7 milhões no mesmo período de 2019. Em relação às cotas de publicidades e transmissões TV caiu de R$ 32,8 milhões (de janeiro a maio de 2019) para R$ 16,3 milhões (até maio deste ano).

Por conta da pandemia, a queda na bilheteria também foi significativa: R$ 6,4 milhões no ano passado contra apenas R$ 993 mil nesta temporada.

Por outro lado, o Cruzeiro conseguiu aumentar a renda com patrocínios / royalties saltando de R$ 9,3 milhões (até maio de 2019) para R$ 11,3 milhões neste ano. 

As saídas de jogadores “de graça” neste ano por conta de rescisão de contrato unilateral obtidas com ações na Justiça do Trabalho também causaram prejuízo ao Cruzeiro. Até maio, foram R$ 19,9 milhões de déficit com receitas de direitos econômicos de atletas (clube considerou que teve um custo para adquiri-los, mas não lucrou nada na saída dos profissionais). São eles: os meias Rodriguinho e Thiago Neves, o atacante David, o lateral Weverton e o volante Ederson, entre outros não listados pela Raposa.