Com semana livre, Ney Franco quer mudar estilo do Cruzeiro e sufocar rivais no Mineirão

Por Itasat

Contratado na terça-feira (8) para o lugar de Enderson Moreira, o técnico Ney Franco teve apenas dois treinamentos no Cruzeiro antes da partida contra o Vitória, nessa sexta (11), no Mineirão, pela nona rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, a Raposa venceu por 1 a 0 e acabou com o jejum de cinco jogos sem vencer na competição. Agora, o treinador terá a semana inteira para trabalhar e colocar na cabeça dos jogadores o que deseja daqui em diante nas partidas, já que o próximo duelo é somente no outro sábado (19), diante do CSA, em Maceió.

Ney Franco explicou as mudanças que fez nestes dois dias que teve de trabalho na Toca da Raposa II para tentar alterar o panorama. “Mudei somente o posicionamento do meio-campo em relação ao time que vinha jogando e coloquei apenas um volante centralizado, que é o Jean. Diga-se de passagem, ele fez uma baita partida hoje (contra o Vitória). Coloquei também um meia por um lado e outro meia do outro, com três atacantes na frente. Treinei muito a marcação alta para não deixar o adversário sair jogando”, disse.

É justamente a marcação alta que Ney Franco deseja implantar no Cruzeiro nos próximos jogos. O treinador quer o time pressionando a saída de bola dos adversários, principalmente no Mineirão. O treinador já viu um pouco deste modelo em sua estreia nessa sexta no triunfo sobre o Vitória.

“No primeiro tempo, essas ações deram certo, em um primeiro momento. Depois deu uma caída de produção. Mas, no segundo tempo, a gente praticamente apertou o Vitória no campo deles, fizemos um gol e poderíamos ter feito mais”, ressaltou.

“Agora, com uma semana pra treinar, a gente espera ir colocando ainda mais esses princípios de uma equipe com a marcação alta, para que a gente tenha uma equipe que, principalmente dentro de casa, a gente não deixe o adversário ter liberdade para jogar”, completou.

Time ansioso

Ney Franco disse que observou um Cruzeiro ansioso em dois momentos contra o Vitória. Em um primeiro instante, a ansiedade era para tentar resolver o jogo já na etapa inicial. “Fizemos os primeiros 25 minutos muito bons. Depois a equipe deu uma caída, perdemos o posicionamento dentro de campo, os jogadores querendo resolver muito na correria. E a nossa proposta é de um jogo mais posicional, de toque, de trabalho de bola”, ressaltou.

O segundo momento de ansiedade, na visão do treinador, foi após a equipe abrir o placar. O Cruzeiro recuou para segurar o resultado e proporcionou espaços para o Vitória atacar.

“Quando a gente fez 1 a 0, faltando dez minutos para o jogo terminar, eu vi de novo essa questão da ansiedade. A equipe na frente no placar, necessitando de uma vitória, e começamos a dar espaço para o Vitória. Em alguns momentos, recuamos um pouco, trabalhando atrás, tentando garantir a vitória. Nós, na lateral do campo, pedimos para continuar em cima. Vimos até o Vitória crescer nos minutos finais e criar chances por causa disso. Mas entendemos porque o Cruzeiro precisava vencer com urgência”, relativizou o treinador entendendo a fase da equipe.

“Agora, com essa vitória, cria-se um ambiente para a gente trabalhar com mais tranquilidade e, no próximo jogo, a gente tenha mais qualidade no aspecto técnico e, principalmente, no toque de bola”, projetou.