RR MÍDIA 3
Coperlidere
da ALMG

Protocolo de volta às aulas das escolas estaduais é criticado na Comissão de Educação da Assembleia

Vou perguntar a diretora de escola: ‘tem dinheiro para você comprar?

02/10/2020 13h13
Por:

Por Itasat

O protocolo de volta às aulas na rede estadual de ensino proposto pelo governo foi duramente criticado nesta sexta-feira em audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas.

A presidente da Comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), alertou que muitas escolas não vão conseguir cumprir o que prevê o protocolo, por falta de dinheiro e de equipamentos básicos, problema já presente antes da pandemia. 

“Vou perguntar a diretora de escola: ‘tem dinheiro para você comprar?’ ‘Na sua região você vai encontrar todos os materiais disponíveis, as máscaras inclusive, que elas são descartáveis?’ O protocolo é bonito, mas é diferente da realidade. Quem visita escola estadual sabe da realidade. Nós temos quase mil escolas em Minas Gerais que não tem refeitório, os meninos comem pelos corredores, sentados no chão, no banquinho. Nós vamos conseguir muito propiciar o distanciamento social se sequer um espaço adequado para alimentação escolar tem. Nós temos mais de mil escolas que não tem banheiro adequado para funcionário. Como é possível reorganizar calendário escolar sem ouvir ninguém?”

Em nota, a secretaria de Estado de Educação informa que antes do retorno dos estudantes será aplicado nas escolas um checklist do protocolo sanitário para reforçar a segurança de servidores, alunos e comunidades escolares. Até o dia 9 de outubro, as superintendências regionais de ensino terão 100% de um checklist assinado por todos os diretores da rede e validados pelos inspetores escolares. 

De acordo com a secretaria, esse procedimento tem o objetivo de verificar questões como a disponibilidade de álcool, sabonete líquido e máscaras, assim como a organização da escala de estudantes, considerando os parâmetros de distanciamento. A secretaria ressalta também que as escolas receberam recursos de manutenção e custeio que poderão ser utilizados na aplicação de medidas do protocolo sanitário.