Por Itasat
O empresário Rubens Menin, principal investidor do Atlético e um dos incentivadores da construção da Arena MRV, explicou o encarecimento dos custos da obra do estádio do Galo. Em entrevista ao programa Bastidores, da Itatiaia, nessa quinta-feira (1º), o presidente alvinegro, Sérgio Sette Câmara, disse que o valor havia subido R$ 350 milhões.
“O que eu sei é o que os investidores me disseram. O que me disseram foi que foram feitas muitas exigências, condicionantes, que chegaram ao valor de R$ 100 milhões para liberar o alvará para o clube. É comum acontecer esse tipo de exigência, mas pelo que me falaram, houve uma exigência muito grande neste aspecto. Não se tem notícia de outra obra em Belo Horizonte com tantas condicionantes. Num contexto todo, de atraso do início da obra mais condicionantes, nos foi falado pelos investidores que esse valor chega próximo a R$ 350 milhões, infelizmente”, disse Sette Câmara.
No entanto, em entrevista ao GloboEsporte.com, Rubens Menin ressaltou que a conta ficou mais cara em R$ 140 milhões. Segundo o empresário, desse total, R$ 40 milhões foram relativos ao atraso para começar as obras, desde a aprovação do Conselho Deliberativo do Atlético, em setembro de 2017. Já os outros R$ 100 milhões são por contrapartidas (50 no total e outras cinco medidas compensatórias) exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte para liberar a licença de instalação (alvará necessário para o início da terraplanagem, que começou no dia 20 de abril deste ano).

Os outros R$ 200 milhões citados por Sette Câmara, segundo Menin, não são do encarecimento da obra, mas de perda de receitas com o atraso de dois anos no início da construção – Galo prevê arrecadação anual de R$ 100 milhões com o estádio. A previsão inicial era que a Arena MRV seria inaugurada neste ano, mas a burocracia do poder público para obter os alvarás retardou o processo.
Menin afirmou ainda que o valor exigido pela prefeitura pelas contrapartidas foi “muito elevado”. Experiente no ramo da construção civil, o empresário que fundou a MRV disse que “contrapartida de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões, é normal”, mas que R$ 100 milhões nunca viu na vida.
Dentre as 50 contrapartidas e cinco medidas compensatórias exigidas pela prefeitura para a Arena MRV sair do papel estão as construções de uma creche e uma Unidade Básica de Saúde na Esplanada do terreno onde o estádio será erguido, além da criação de um programa de proteção da espécie capacetinho-do-oco-de-pau, ave que corre risco de extinção.
Além disso, obras na malha viária local deverão ser feitas para melhorar o fluxo de veículos, como a implantação de uma quarta faixa na Via Expressa, sentido Contagem, melhorias do acesso do Anel Rodoviário à Via Expressa e a criação de uma passarela que liga a Estação Eldorado do metrô à Esplanada da Arena MRV.
Para compensar o aumento dos custos da obra, o Atlético teve que rever o plano inicial de arrecadação com a venda de cadeiras cativas. O clube iria comercializar 2 mil, mas teve que triplicar a quantidade e, agora, venderá 6 mil. Segundo Menin, a alteração vai prejudicar a renda de bilheteria do Galo no estádio por 15 anos (tempo em que o torcedor ficará com a cadeira).