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Pelé 80 anos

Pelé 80 anos: craque já revelou que torcia pelo Atlético; mas Cruzeiro também marcou vida do Rei

Maior Atleta do Século XX comemora oito décadas de existência nesta sexta-feira

23/10/2020 08h30
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Por Itasat

Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, completa 80 anos de idade nesta sexta-feira. Eleito o "Maior Atleta do Século XX" e proclamado “Rei" pelos amantes do futebol, o craque brilhou com as camisas do Santos e da Seleção Brasileira, mas também tem história ligada a Atlético e Cruzeiro.

Natural da cidade de Três Corações, no Sul de Minas, Pelé já foi rotulado como torcedor de alguns clubes. Algumas pessoas já disseram que ele era corintiano na infância, como o escritor Luiz Carlos Cordeiro, autor do livro “De Edson a Pelé – A Infância do Rei em Bauru”, publicado em 1997. Na obra, ele diz que o “Rei do Futebol” teria comemorado pelas ruas de São Paulo o título paulista do Corinthians de 1954.

Havia ainda quem dissesse que Pelé era vascaíno. No entanto, em entrevista à Revista Placar, em março de 1999, o “Atleta do Século” declarou que torcia pelo Atlético por causa do pai dele que jogou pelo Galo.

“Essa história (de ser vascaíno) começou quando eu disputei um torneio por um combinado Santos-Vasco. Mas, na verdade, eu torcia pelo Atlético Mineiro, porque meu pai, ‘seu’ Dondinho, jogou lá”, afirmou Pelé.

O pai de Pelé teve uma passagem relâmpago pelo Atlético. Dondinho atuou com a camisa alvinegra apenas em um jogo, no amistoso contra o São Cristóvão, do Rio de Janeiro, em abril de 1940, no antigo Estádio Antônio Carlos, onde atualmente fica o Shopping Diamond Mall, no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O jogo era um teste para o pai de Pelé assinar o vínculo com o Galo, mas, durante a partida, ele sofreu uma entrada dura no joelho em lance com o zagueiro Augusto, machucou o menisco – na época, o tratamento era difícil – e o contrato com o Atlético não foi fechado.

Contudo, a relação de Pelé com os clubes de Belo Horizonte não para por aí. O craque também teve relação com o Cruzeiro, mas de uma maneira inesperada para o Rei.

O supertime do trio Pelé, Pepe e Coutinho era o atual pentacampeão brasileiro (1961 a 1965) e estava em busca do hexa em 1966, quando enfrentaria na final da Taça Brasil o Cruzeiro, de Tostão, Dirceu Lopes, Natal e Piazza.

Mas o Peixe não esperava ser engolido pela Raposa na decisão. No jogo de ida, no Mineirão, o Cruzeiro enfiou uma goleada retumbante de 6 a 2. Irritado por ser neutralizado pela forte marcação de Piazza durante o jogo, Pelé foi expulso minutos depois do sexto gol da Raposa, após acertar um chute no volante celeste.

Ao sair de campo, Pelé foi provocado pela torcida cruzeirense com gritos de “Cadê Pelé?”. O craque acenou para as arquibancadas mostrando os cinco dedos em referência ao pentacampeonato brasileiro conquistado pelo Santos até então.

Desta forma, Pelé foi “surpreendido" pelo Cruzeiro, já que ele ainda não tinha sofrido uma derrota tão pesada na vitoriosa carreira pelo Santos. 

E a “surpresa cruzeirense” não parou por aí. No duelo de volta, no Pacaembu, o Santos abriu 2 a 0 no primeiro tempo, com gols de Pelé e Toninho. Como na época não havia diferença de gols para definir o campeão, o Peixe estava forçando o terceiro jogo.

Mas tudo mudou na etapa final. Ainda no intervalo, os presidentes do Santos e da Federação Paulista de Futebol foram ao vestiário do Cruzeiro querendo marcar a data e local do terceiro e decisivo jogo, o que irritou a cúpula celeste.

No segundo tempo, a Raposa marcou três gols, virou a partida e levantou o troféu, destronando o reinado do Santos de Pelé e companhia.