Por Itasat
O governo da Campânia, terceira região mais populosa da Itália, vai decretar lockdown nas próximas horas para fazer frente ao avanço da pandemia do novo coronavírus.
Com 5,8 milhões de habitantes, a Campânia é a região economicamente mais importante do sul do país e tem como capital a terceira maior cidade italiana, Nápoles.
Após ter sido relativamente poupada no início da pandemia, a Campânia vem sendo um dos principais focos de disseminação do Sars-CoV-2 desde o fim de setembro e contabilizou 2.280 novos casos nesta sexta-feira (23), número recorde e comparável às cifras da Lombardia entre março e abril.
"Procederemos na direção do fechamento de tudo. Pelos dados de contágios que temos, não basta a regra que entra em vigor hoje. Devemos fechar tudo e precisamos decidir hoje, não amanhã. Estamos a um passo da tragédia", disse o governador Vincenzo de Luca, de centro-esquerda, recentemente reeleito com quase 70% dos votos.
A região já havia fechado escolas para aulas presenciais até 30 de outubro e aprovado um decreto que prevê toque de recolher noturno a partir desta sexta-feira. "Devemos fechar por um mês, 40 dias, e depois veremos, mas sem soluções drásticas não vamos aguentar", acrescentou De Luca.
De acordo com o governador, as UTIs da Campânia podem ficar saturadas "no arco de poucos dias". "Hoje estamos conseguindo suportar graças ao sacrifício de milhares de médicos e operadores sanitários", declarou De Luca, que também cobrou do governo um novo lockdown nacional.
Ao todo, a Campânia soma 34.305 contágios, sendo 63% (21.563) apenas em outubro. Em 18 de maio, quando a Itália saiu do lockdown, a região somava 4.695 casos e 399 óbitos - agora são 551 mortes.
Além da Campânia, outras três regiões da Itália já decretaram toque de recolher noturno: Lombardia e Lazio, as duas mais populosas do país, e Calábria.