Galo: bom momento do time no Brasileirão auxilia na cobertura de gastos extras da Arena MRV

Por Itasat

Apesar de ter perdido a liderança do Campeonato Brasileiro há duas rodadas atrás e caído para a terceira posição, é inegável que o Atlético ainda faz uma boa campanha na competição nacional ao fim do primeiro turno. O fato de o time estar brigando nas cabeças empolga a torcida e contribui para o clube conseguir cobrir gastos extras na construção da Arena MRV que não estavam no plano inicial do Galo para a obra.

Recentemente, o clube abriu a venda de cadeiras cativas e dos camarotes e vem tendo sucesso. De acordo com os últimos dados divulgados pela Arena MRV, já foram vendidos 92% dos camarotes e mais de 1 mil cadeiras cativas. Além da empolgação dos torcedores com a construção do estádio próprio, a atual fase do time contribui para turbinar as vendas, conforme avaliou o presidente Sérgio Sette Câmara.

“Houve um investimento grande no clube. Trouxemos o Alexandre Mattos, o Sampaoli, muitos jogadores, fizemos uma mudança radical no nosso elenco. Isso fez com que o clube tivesse e venha tendo uma performance muito boa no Brasileiro. E claro que a torcida, vendo essa mudança completa no nosso estilo de jogo, o Atlético partindo pra cima, aquele Atlético que nós gostamos de ver, ela também veio no embalo”, disse o mandatário à TV Galo.

“Isso contagiou os torcedores de maneira que eles estão realmente buscando a compra de camarotes, de cadeiras (cativas), porque já estão praticamente todos os camarotes vendidos, 71 camarotes e 4.800 cadeiras. Vai nos gerar um valor equivalente a R$ 230 milhões, aproximadamente, o que irá, com certeza, viabilizar o término da nossa Arena MRV, incluindo as condicionantes que foram determinadas pela prefeitura. E, lógico, o aumento de material de construção, etc. A nossa Arena está viabilizada, e quero crer que isso só aconteceu porque estamos vivendo esse momento tão bacana no futebol”, acrescentou o presidente atleticano.

Quando o projeto da Arena MRV foi concebido, entre 2013 e 2014, a estimativa era que o estádio custasse R$ 410 milhões. A obra se pagaria com a venda de 50,1% do shopping Diamond Mall por R$ 250 milhões, além de R$ 60 milhões que seriam arrecadados pela comercialização dos naming rights para a MRV durante 10 anos e outros R$ 100 milhões da venda das cadeiras cativas, sendo que 60% estavam garantidos pelo banco BMG.

Mas devido a imprevistos, como o atraso no início da obra, o encarecimento dos materiais de construção e as contrapartidas exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte para conceder os alvarás de instalação e edificação, o Galo viu o valor final ser atualizado para cerca de R$ 560 milhões.

Para compensar o aumento dos custos da obra, o Atlético foi obrigado a rever o plano inicial de arrecadação com a venda de cadeiras cativas e teve que triplicar a quantidade comercializada para se chegar à estimativa de R$ 230 milhões – junto com a venda dos camarotes – citada por Sette Câmara. Além disso, o clube também foi beneficiado pelo rendimento dos R$ 250 milhões da venda de metade do shopping que foi corrigido ao longo dos anos e atingiu a casa dos R$ 300 milhões.

Principal incentivador da Arena MRV, Rubens Menin explicou recentemente que a conta ficou mais cara em R$ 140 milhões. Segundo o empresário, desse total, R$ 40 milhões foram relativos ao atraso para começar as obras, desde a aprovação do Conselho Deliberativo do Atlético, em setembro de 2017. Já os outros R$ 100 milhões são por contrapartidas (50 no total e outras cinco medidas compensatórias) exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte para liberar a licença de instalação (alvará necessário para o início da terraplanagem, que começou no dia 20 de abril deste ano).

Dentre as contrapartidas exigidas pela prefeitura estão as construções de uma creche e uma Unidade Básica de Saúde na Esplanada do terreno onde o estádio será erguido, além da criação de um programa de proteção da ave capacetinho-do-oco-do-pau, que corre risco de extinção.

Nas contrapartidas também estão obras na malha viária local deverão ser feitas para melhorar o fluxo de veículos, como a implantação de uma quarta faixa na Via Expressa, sentido Contagem, melhorias do acesso do Anel Rodoviário à Via Expressa e a criação de uma passarela que liga a Estação Eldorado do metrô à Esplanada da Arena MRV.

Com previsão de ser inaugurada no segundo semestre de 2022, a Arena MRV terá capacidade para 46 mil torcedores e ainda contará com 40 bares e 2.400 vagas de estacionamento.