Galo: médico do clube diz que não dá para saber quando um atleta estará 100% após ter covid-19

Por Itasat

Mesmo adotando um rigoroso sistema de monitoramento e prevenção à infecção pela covid-19, o Atlético foi um dos clubes brasileiros atingidos em cheio por um surto da doença em novembro que prejudicou o time em algumas partidas no Campeonato Brasileiro. Agora, com todos já recuperados, o médico do clube alvinegro, Rodrigo Barreiros, falou sobre os efeitos do novo coronavírus no rendimento dos atletas.

“Para um atleta de alta performance, a parte pulmonar, cardiológica e músculo esquelética é afetada e tem que ser avaliada. É muito comum um atleta, pós-covid, se queixar que tem uma dor muscular, que a perna está pesando mais. Então, a performance física fica comprometida por um tempo”, ressaltou.

Entre jogadores dos times masculino, feminino e base, além de membros da comissão técnica, dirigentes e funcionários, o Atlético teve, no total, 33 pessoas infectadas pela covid-19 em novembro.

Apesar de todos já estarem curados da doença, um deles ainda sente os reflexos do novo coronavírus: o volante Alan Franco. O equatoriano foi detectado com a covid-19 quando se apresentou à seleção de seu país, no dia 14 de novembro. Por conta disso, o jogador precisou ser colocado em quarentena e ficou no Equador por mais 12 dias até ser autorizado a voltar a Belo Horizonte.

Mas a volta não foi como todos esperavam. Titular absoluto, Alan Franco perdeu espaço no time e passou a entrar no fim das partidas. Após a vitória sobre o Coritiba, no Mineirão, no último dia 26, o técnico Jorge Sampaoli disse que o equatoriano teve uma “complicação maior [com a covid-19], que lhe custou”.

Sem citar especificamente o caso do volante, o médico Rodrigo Barreiros explicou que não há como prever quando um atleta estará 100% recuperado fisicamente, depois de contrair a covid-19.

“A recuperação do atleta envolve vários fatores. Tem o físico, o emocional. Tudo isso é afetado pela covid. Geralmente, quando o atleta retorna do período de quarentena, ele já retorna com déficit muscular, de força e de performance física. Muitas vezes, até um quadro psicológico mais afetado porque é um período de quarentena, muitas vezes longe da família, aquele medo do quadro evoluir para um quadro mais grave. Então todos são fatores que vão afetar na recuperação completa desse atleta. Não tem como a gente ter uma receita de bolo de quanto tempo que um atleta vai estar com 100% da performance após infecção de covid”, finalizou.