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Balancete trimestral

Cruzeiro vê receitas despencarem em 2020; dívida segue crescendo e atinge R$ 1 bilhão

Déficit total, no entanto, deve cair até a divulgação do balanço anual devido à renegociação do clube dos débitos tributários com a União que não entrou neste balancete

07/01/2021 09h08
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Por Itasat

O Cruzeiro divulgou nesta quarta-feira o balancete do clube referente ao período de janeiro a setembro de 2020 e os números preocupam. De acordo com o documento publicado no site da Raposa, as receitas despencaram R$ 153 milhões em relação ao mesmo período de 2019 e a dívida total saltou para R$ 1,036 bilhão.

As receitas do Cruzeiro caíram, sobretudo, por conta dos direitos televisivos em função do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro e também queda expressiva das bilheteiras de jogos e clubes sociais em função da pandemia da covid-19.

O prejuízo do Cruzeiro no período entre janeiro e setembro de 2020 foi de R$ 343 milhões. De acordo com o clube, houve três efeitos principais nos nove primeiros meses do ano passado que impactaram diretamente na performance econômica:

- Efeito reflexo da má gestão conduzida durante os anos 2018-2019;

- Efeitos da pandemia;

- Redução das receitas de publicidade e televisão.

Em relação ao resultado negativo de R$ 343 milhões no período, o Cruzeiro alegou que boa parte do déficit (R$ 111 milhões) se refere aos processos judiciais que o clube é alvo e que considera que irá perder. O segundo maior valor do débito (R$ 52 milhões) é devido à desvalorização do Real perante ao Dólar e ao Euro, moedas em que parte da dívida celeste foi contraída.

Confira os principais efeitos para o prejuízo de R$ 343 milhões em nove meses de 2020:

- R$ 111 milhões como Provisões para contingências;

- R$ 52 milhões como variação cambial negativa, por conta dos passivos em moeda estrangeira e a desvalorização do real no período;

- R$ 43 milhões de custo líquido de liberação de atletas;

- R$ 18 milhões de custo de amortização atletas profissionais;

- R$ 11 milhões com atualização de parcelamentos;

- R$ 11 milhões de custo de acordos/indenizações de processos judiciais;

- R$ 15 milhões de impairment de atletas

Dívida total deve cair no próximo balanço

Por outro lado, a dívida total do Cruzeiro deverá cair na divulgação do balanço anual de 2020. Isso porque, em outubro, o clube fez acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para o reparcelamento do débito tributário e fiscal com a União. A dívida, que era de R$ 328 milhões, passou para cerca de R$ 180 milhões, gerando uma redução de R$ 150 milhões. A Raposa terá pouco mais de 12 anos (145 parcelas mensais) para quitar o débito. 

Como o acordo com a PGFN foi feito em outubro, os valores não entraram neste balancete trimestral. Os números atualizados serão contemplados na publicação do balanço seguinte.

Receitas com sócio-torcedor, Operação Fifa e cota de TV

Em meio à falta de receitas, a diretoria do Cruzeiro buscou outras formas de receita, como o lançamento do novo programa para o sócio torcedor, o qual renderam R$ 5,033 milhões aos cofres do clube entre os meses de julho a setembro.

Com a campanha “Operação Fifa” e ações de engajamentos nas mídias sociais das quais o clube arrecadou R$ 940 mil.

Ainda de acordo com o Cruzeiro, o clube já recebeu R$ 5 milhões referente a parte da cota de TV de 2020.

Além disso, o clube arrecadou R$ 18 milhões com a negociação de atletas.