Por Itasat
Com a confirmação matemática de que não subirá para a Série A do Campeonato Brasileiro, após a derrota por 1 a 0 para o Juventude, neste sábado, pela 35ª rodada da Série B, o Cruzeiro passará o ano de seu centenário fora da elite do futebol brasileiro. Em meio à diversas dificuldades e fatores extracampo, o não acesso pode ser explicado, também, pelas decisões tomadas para as quatro linhas.
Com quatro trocas de treinadores na temporada, outras quatro mudanças de comando na diretoria de futebol e a expressiva marca de quase 60 jogadores utilizados, a Raposa cumpriu a "receita" para não conseguir voltar à elite do futebol nacional.
Diretores de futebol
O Cruzeiro começou a temporada 2020 com Ocimar Bolicenho à frente da diretoria de futebol. Ele chegou à Raposa em janeiro e foi demitido ainda em março, após a derrota do Cruzeiro para o Coimbra, pela 9ª rodada do Campeonato Mineiro.
Na sequência, quem assumiu o posto foi Ricardo Drubscky. Ele havia sido contratado pelo Cruzeiro para trabalhar como diretor de futebol de base em dezembro de 2019, mas subiu para direção profissional após a queda de Bolicenho.
Drubscky foi o diretor mais longevo da temporada 2020, por ter permanecido de março a outubro. Em sua passagem, o ex-diretor da Raposa participou da contratação de dois dos quatro treinadores contratados para a temporada: Enderson Moreira e Ney Franco.
Como terceiro diretor de futebol, aparece Deivid. O ex-jogador e ex-treinador do Cruzeiro foi apenas remanejado para o cargo, já que atuava como diretor técnico de futebol, ao lado de Drubscky, para atuar como uma espécie de elo entre jogadores, comissão técnica e diretoria. Ele permaneceu no cargo de outubro de 2020 a janeiro de 2021.
Finalmente, quem agora ocupa a diretoria de futebol da Raposa é André Mazzuco. O profissional, de 42 anos, era diretor executivo do Vasco, e foi demitido após um ano e meio de trabalho no Cruzmaltino. A reportagem da Itatiaia, inclusive, listou os principais desafios no novo diretor no comando de futebol da Raposa em 2021.
Treinadores
Adilson Batista iniciou 2020 a frente do Cruzeiro, depois de ser mantido no inédito rebaixamento da Raposa para a Série B em 2019, quando dirigiu a equipe apenas nas últimas três rodadas da Série A.
Se por um lado Adilson tinha missão quase impossível na temporada 2019, em 2020 ele não conseguiu fazer a equipe apresentar uma sequência de bons jogos. Juntando as duas temporadas, o treinador conseguiu apenas 35,5% de aproveitamento e, depois de 11 partidas (quatro vitórias, quatro empates e três derrotas), o treinador foi demitido pelo núcleo gestor cruzeirense.
Enderson Moreira foi o escolhido para substituir Adilson Batista. Em relação ao seu sucessor, o segundo treinador da Raposa na temporada dirigiu o Cruzeiro apenas por uma partida a mais. Foram 12 jogos, seis vitórias, três empates e três derrotas, resultando em 58% de aproveitamento.
Para assumir a vaga deixada por Enderson, o Cruzeiro buscou Ney Franco. E a troca resultou no terceiro treinador com ainda menos tempo de trabalho e o pior aproveitamento entre os quatro comandantes da temporada.
Ney Franco esteve à frente do Cruzeiro por exatos 32 dias e acumulou um baixíssimo aproveitamento, de 33,3%, fruto de quatro derrotas, um empate e duas vitórias. Ele deixou a Raposa na vice-lanterna da competição, com apenas 12 pontos em 15 jogos.
Finalmente, como quarto treinador diferente na atual temporada, Felipão assume o Cruzeiro. Embora tenha alcançado até mesmo aproveitamento de líder na Série B, o pentacampeão do mundo não conseguiu superar a campanha ruim da Raposa sob o comando dos outros treinadores.
Além disso, Felipão também não deixou de acumular tropeços dirigindo a equipe celeste. O treinador até chegou a acumular sete jogos de invencibilidade desde que assumiu o Cruzeiro, mas, em meio a tropeços de equipes que lutam pelo acesso, a Raposa ficou quatro partidas sem vitória.
Cinco times de jogadores utilizados e falta de um padrão
Ainda que a quantidade de trocas na direção de futebol e no comando técnico assustem, o número mais simbólico para representar o quanto o Cruzeiro não conseguiu se firmar na temporada é o de jogadores utilizados.
Em meio a promoções de garotos da base, contratações, aquisições que sequer chegaram a jogar, trocas, além de rescisões ou volta de jogadores remanescentes do elenco de 2019, 55 jogadores atuaram pela Raposa na temporada, o equivalente a cinco times.
No início da temporada, a estratégia foi a promoção de vários atletas sub-20 após o término da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O lateral-esquerdo Matheus Pereira, os volantes Jadsom e Adriano, o meia Marco Antônio e os atacantes Stênio e Thiago são alguns dos mais utilizados.
Depois, a montagem do elenco passou a se basear na contratação, em definitivo ou por empréstimo, de peças pouco utilizadas em clubes da Série A. Caso de jogadores como o lateral-direito Daniel Guedes, os laterais-esquerdos João Lucas e Giovanni Palmieri, o zagueiro Marllon, os volantes Jean e Filipe Machado e os atacantes Iván Angulo e Roberson.
Entre os 55 jogadores diferentes utilizados, o número de atacantes certamente é o mais representativo da falta de estratégia na montagem do elenco celeste. Foram acionados 17 atletas diferentes para o setor.
Confira a lista completa dos jogadores utilizados pelo Cruzeiro na temporada 2020 até o momento:
Goleiros:
Fábio
Vitor Eudes
Lucas França
Laterais-direitos:
Daniel Guedes
Edilson
Raúl Cáceres
Rafael Luiz
Valdir
Laterais-esquerdos:
João Lucas
Giovanni Palmieri
Patrick Brey
Rafael Santos
Matheus Pereira
Zagueiros:
Arthur
Cacá
Edu
Léo
Manoel
Marllon
Ramon
Paulo
Volantes:
Adriano
Ariel Cabral
Filipe Machado
Henrique
Jadsom Silva
Jadson
Jean
Pedro Bicalho
Meias:
Claudinho
Everton Felipe
Giovanni Piccolomo
Marco Antônio
Marquinhos Gabriel
Maurício
Régis
Robinho
Rodriguinho
Atacantes:
Airton
Alexandre Jesus
Arthur Caíke
Caio Rosa
Iván Angulo
Jhonata Robert
Judivan
Marcelo Moreno
Riquelmo
Roberson
Sassá
Stênio
Thiago
Vinícius Popó
Welinton
William Pottker
Zé Eduardo