Por Itasat
Mesmo com o sistema de saúde estando em colapso, conforme admitiu o governador do Minas Gerais Romeu Zema na manhã desta terça-feira (16), não serão criados novos hospitais de campanha no Estado. Atualmente, segundo Zema, 15 hospitais de campanha estão operando em toda MG.
De acordo com secretário estadual de saúde, Fábio Baccheretti, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) tenta, sem sucesso, contratar novos profissionais: "Todo o pessoal que foi contratado para trabalhar nos hospitais de campanha foram da Fhemig que tenta hoje, sistematicamente, contratar profissionais e não consegue preencher suas vagas".
Além dos problemas envolvendo recursos humanos, Zema destacou que os hospitais de campanha não são um ambiente ideal para o atendimento de pacientes com o novo coronavírus.
"O paciente fica muito mais bem atendido em um leito de enfermaria dentro de uma unidade hospitalar, que tem UTIs e exames complementares, do que ficaria num hospital de campanha que não tem nada além de leito de enfermaria", disse.
Médicos recém-formados
Questionado sobre o recrutamento de estudantes de medicina recém-formados, ou que têm formatura prevista para os próximos meses, na linha de frente do combate ao novo coronavírus, Zema afirmou que eles não estão aptos e que poderiam, inclusive, colocar a vida dos pacientes em risco.
"Pessoas para trabalhar em UTI é equivalente a alguém para pilotar um avião. Não adianta fazer um curso de 30 dias e achar que a pessoa vai estar apta a pilotar um avião. Ela vai estar, inclusive, colocando em risco a vida de outras pessoas. Estudantes de medicinas formados no último ano com certeza podem estar colaborando, mas estar dentro de uma UTI é um trabalho hiperespecializado. Uma intubação mal feita pode condenar à morte um paciente"
A opinião é do governador é compartilhada pelo secretário de saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, que disse ser arriscado o recrutamento de médicos inexperientes. No entanto, segundo ele, esses estudantes estão sendo usados em outro tipo de "estratégia".
"O estudante que ainda não formou não tem esse perfil de paciente grave, é arriscado. Nós temos outra estratégia: utilizando médicos ainda não especialistas com médicos especialistas, ganhando capacidade operacional", afirmou.