Por Itasat
Ex-diretor de comunicação do Atlético, Domenico Bhering revelou parte dos bastidores da temporada de 2020 no clube, marcada passagem do técnico Jorge Sampaoli. Em entrevista ao canal Web Rádio Galo, no Youtube, Bhering afirmou nessa quinta-feira (25), que o treinador foi "muito blindado" e chegou a reclamar de perguntas feitas pela imprensa.
"Talvez o Sampaoli tenha ficado confortável demais nesse processo, sempre muito blindado", disse o ex-diretor ao ser perguntado sobre a festa da qual o então comandante alvinegro participou e que pode ter gerado o surto de covid-19 no clube.
"Muita gente me perguntou se eu tinha ido à festa. Eu não sei nem onde foi a festa. Depois a gente ficou sabendo, quem tinha participado. O Sampaoli mal, mal, cumprimentava os funcionários do Atlético, quando cumprimentava", afirmou Bhering.
Ele também falou sobre o ex-gerente de futebol atleticano, Gabriel Andreata, contratado pelo clube a pedido de Sampaoli. "Nunca trabalhei com uma mala maior do que o cara chamado Andreata. É um cara que foi extremamente nocivo ao Sampaoli. Se o Sampaoli soubesse o que o cara é... Porque é aquele cara que blinda o Sampaoli, só não carrega a mala, se é que não carregava a mala do Sampaoli", declarou.
"Ele era um secretário do Sampaoli, ele não era gerente de futebol, ele era secretário do Sampaoli. Ele era um cara que veio para blindar o Sampaoli o dia inteiro, de tudo. E muitas vezes o Sampaoli não sabia o que estava acontecendo", completou.
Veto a perguntas
Domenico também contou que o técnico reclamou de perguntas feitas pela imprensa na coletiva após o empate em 1 a 1 com o Grêmio, em Porto Alegre, no dia 20 de janeiro (dois dias antes da demissão de Domenico). O ex-diretor explicou que, no processo criado para as entrevistas nesta pandemia, os jornalistas enviaram as perguntas ao assessor de imprensa Cássio Arreguy, que as repassou a Domenico.
Coube ao então diretor fazer ao argentino os questionamentos enviados pelos jornalistas. "Ele não gostou das perguntas, porque as perguntas da imprensa foram duras, mas é um direito da imprensa. Se a imprensa estivesse lá, faria as mesmas perguntas. Ele reclamou das perguntas feitas pela assessoria com o Sérgio Coelho (presidente do clube), ele reclamou com o Rodrigo Caetano (diretor de futebol do clube). E eu fui saber disso depois."
"Tive oportunidade de falar isso com algumas pessoas: não censurem, não cortem perguntas, a gente não está aqui para fazer isso, estamos aqui para ler as perguntas. Se o treinador se sentiu ofendido com a pergunta e não quer falar, ele diz 'essa pergunta eu não respondo'. É direito dele também. Na sequência, teve outro jogo, em que algumas perguntas foram cortadas. Eu já estava fora [do clube]. Eu vi a Itatiaia batendo, eu vi o Superesportes batendo, eu vi a rádio 98 batendo. Uma coisa que eu tinha cantado a pedra", relatou.