Por Itasat
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, desaprovou a criação da "Superliga" e afirmou que os clubes envolvidos no novo campeonato vão precisar assumir as "consequências" das suas escolhas.
O dirigente ítalo-suíço seguiu os mesmos passos de Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, e condenou a "Superliga", que envolve 12 dos times mais ricos da Europa. Infantino ainda declarou que os clubes participantes "não podem ficar na metade do caminho".
"Quero ser extremamente claro: a Fifa é uma organização construída sobre valores, os verdadeiros valores do esporte. Só podemos condenar veementemente a criação da 'Superliga', que é uma coisa fechada e uma fuga das atuais instituições do futebol. Se alguns 'escolhidos' optam por seguir o seu próprio caminho, precisam pagar as consequências das suas escolhas. Em termos concretos, eles não podem ficar na metade do caminho, ou estão dentro ou estão fora", disse Infantino em um Congresso da Fifa em Montreaux, na Suíça.
A questão da "Superliga" envolveu até o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que adotou uma postura muito clara contra o novo torneio.
"Precisamos de mais solidariedade e esta lição se aplica a todos. O modelo esportivo europeu é um exemplo, ele redistribui o dinheiro e se baseia no mérito esportivo. O modelo, contudo, está hoje ameaçado por quem olha apenas para o dinheiro e ignora a missão social do esporte. Está ameaçada porque a missão social do esporte está perdendo espaço para o interesse econômico", comentou Bach durante a reunião da Uefa.
Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e da Superliga, falou pela primeira vez sobre o polêmico torneio em uma entrevista ao programa "El Chiringuito", do canal espanhol "Mega". O cartola afirmou que seu desejo é "salvar o mundo do futebol".
"Quando não há mais ingressos, além da televisão, o jeito de rentabilizar é fazendo jogos mais atrativos. Nós chegamos a conclusão de que realizando uma Superliga durante a semana, no lugar da Liga dos Campeões, conseguiríamos recuperar os ingressos perdidos. O atrativo é que vamos jogar entre as grandes equipes e estamos fazendo isso para salvar o futebol, que se encontra em um momento crítico", destacou Pérez.
A iniciativa reúne o chamado "big six" da Inglaterra (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham), os três clubes de maior torcida da Itália (Inter de Milão, Juventus e Milan) e três times da Espanha (Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid).