Cruzeiro notifica Guzmán para que jogador se apresente em 15 dias, revela presidente do Envigado

Por Itasat

A novela Yeison Guzmán e Cruzeiro ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira. O presidente do Envigado, Ramiro Ruiz, revelou que o clube celeste notificou o meia-atacante para que ele se apresente em 15 dias, já que aceitou o termo com as condições do contrato. A informação foi divulgada pelo mandatário da equipe colombiana que detém os direitos do atleta em entrevista ao programa Gente, Pasión y Fútbol, da Colômbia.

“Esperamos que seja definido da melhor forma do jogador. Ele tem contrato com o Envigado até 2024. Ele está focado no clube. Na parte jurídica, não é uma reclamação (na Fifa). Yeison tem um pedido do Cruzeiro para que ele se apresente em 15 dias. Estamos com um advogado e é possível que, caso não se apresenta, tenha uma reclamação”, disse Ramiro Ruiz.

Este é o primeiro passo para que o Cruzeiro entre com ação na Fifa. Isso porque, antes de acionar a entidade máxima do futebol, o clube precisa notificar o atleta.

Caso Guzmán não se apresente ao Cruzeiro no prazo de 15 dias – o que dificilmente deve acontecer –, o clube celeste acionará a Fifa dizendo que tem provas para ser ressarcido pela negociação frustrada.

Se o Cruzeiro acionar Guzmán na Fifa e a entidade entender que o clube celeste tem razão no processo, o valor da indenização arbitrada poderá ser repassada à equipe que por acaso venha a contratar o meia no futuro e compartilhada com o Envigado, conforme afirmou Ruiz. “Se outro clube contratar o jogador, o Envigado será solidário, e assim fará na Fifa, se houver a demanda”, ressaltou.

Entenda o caso

Guzmán foi anunciado como novo reforço do Cruzeiro no dia 15 de abril. O meia-atacante havia assinado um pré-contrato, cujo vínculo com a Raposa seria até o fim de 2025. Mas, no dia 20, o jogador colombiano desistiu da transferência para Belo Horizonte, apesar da oficialização dos clubes e a confirmação do próprio atleta, em vídeo, de que viria para a Toca da Raposa II.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, o empresário Gianfranco Petruzziello disse que “houve cordialidade entre Cruzeiro e Envigado". A equipe colombiana tinha como intermediário o ex-jogador Viveros, que atuou pela Raposa no início dos anos 2000. O negócio fluiu até a entrada de Kormac Valdebenito, agente do jogador.

“Conversamos várias vezes [com o Envigado] e nos deixaram claro que a figura do Kormac não poderia estar presente na operação. Isso foi dito para todos os envolvidos. O próprio jogador disse que o agente não o representava mais e que tudo relacionado ao contrato era para ser tratado com ele”, revelou o empresário.

Depois da assinatura do pré-contrato entre jogador e Cruzeiro, com detalhes salariais acertados, segundo Petruzziello, Kormac passa a ter voz pelo atleta. “Ele [Kormac] entra na operação para mostrar serviço para o atleta, querendo ganhar o dele, em uma operação que estava 98% encaminhada com todos os documentos, inclusive, assinados.”

“Não tem o que questionar. Eles recebem uma minuta. Algo acontece entre o atleta e o Kormac [agente], que abala demais principalmente a cabeça do jogador, e aí eles simplesmente desistem e usam como desculpa para a operação não caminhar que não estão de acordo com o documento que o próprio jogador três dias antes tinha dado aceite”, diz.

Segundo Petruzziello, a dúvida levantada pelo agente do jogador foi quanto ao salário CLT e o direito de imagem. “Existiam os descontos trabalhistas normais, o que foi explicado ao jogador. A grande dúvida era em relação ao direito de imagem onde a gente não tem a exatidão de quanto vai ser descontado porque o atleta não tem uma empresa formalizada no Brasil”, pontua. 

Ainda conforme Petruzziello, a última ação do Cruzeiro foi enviar um documento, na manhã de terça-feira (20), “explicando detalhadamente como funciona regime tributário no Brasil”, citando, inclusive, “trecho da Lei Pelé mostrando que era possível pagar 60% na carteira e 40% no direito de imagem”.

O Cruzeiro contou com a ajuda de um parceiro para adquirir a maior parte dos direitos econômicos de Guzmán por US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 6,7 milhões). Do total, US$ 500 mil (R$ 2,8 milhões) seriam pagos à vista. O salário do jogador estava abaixo do teto que vinha sendo praticado pelo clube celeste na temporada 2020.

Yeison Guzmán vinha despertando interesse de vários clubes, um deles o próprio Vasco, quando André Mazzuco ainda era diretor de futebol do Vasco. Na atual temporada, o meia-atacante fez 17 jogos, marcou quatro gols e deu três assistências, com 7.35 de média nas notas nas partidas, segundo o aplicativo SofaScore.