Coperlidere
RR MÍDIA 3
Saneando o clube

Galo: com ajuda dos 4R’s, clube paga quase R$ 100 milhões em dívidas na Fifa desde 2019

Só nesta semana, investidores auxiliaram na quitação de pouco mais de R$ 17 milhões

07/05/2021 09h16
Por:

Por Itasat

O Atlético vem tentando sanear as dívidas para tornar o clube mais viável financeiramente nos próximos anos. Com o pagamento do débito com o Rentistas-URU, que estava Fifa, pela contratação do meia-atacante David Terans, o Galo chegou a aproximadamente R$ 93 milhões em valores quitados na entidade máxima do futebol desde 2019. A maior parte foi liquidada com a ajuda dos investidores, os chamados 4R’s: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador.

Apenas nesta semana, o Atlético contou com os empresários para pagar pouco mais de R$ 17 milhões na Fifa. Na terça-feira (4), o clube quitou quase R$ 12 milhões pela contratação do lateral-esquerdo Guilherme Arana junto ao Sevilla-ESP, em janeiro do ano passado. Nessa quinta (6), o Galo desembolsou mais R$ 5,8 milhões para pagar a dívida por Terans. O clube corria o risco de punição, caso não efetuasse os pagamentos.

Em março deste ano, o Atlético divulgou que desde que iniciou o processo de reestruturação do clube, tinham sido pagos R$ 75,3 milhões em processos na Fifa referentes a débitos envolvendo a contratação de jogadores. Somados às duas dívidas pagas nesta semana, o Galo atingiu o montante de aproximadamente R$ 93 milhões.

Apenas neste ano, o clube quitou na Fifa cerca de R$ 35 milhões. Foram mais R$ 35,4 milhões em 2020 e outros R$ 22,5 milhões em 2019. Os pagamentos são referentes às dívidas contraídas por gestões anteriores nas contratações do lateral-esquerdo Douglas Santos e do atacante Maicosuel (junto à Udinese-ITA), do volante Rafael Carioca (Spartak Moscou-RUS), do meia Otero (Huachipato-CHI), do atacante Lucas Pratto (Vélez Sarsfield-ARG) entre outros.

Mais uma dívida a ser paga nas próximas semanas

Nas próximas semanas, o Atlético terá mais uma dívida a ser paga na Fifa. O débito da vez é relativo ao atacante Yimmi Chará. O Junior Barranquilla-COL cobra 4,2 milhões de dólares (cerca de R$ 22,1 milhões) – sendo 3 milhões de dólares pelo não pagamento de metade do valor acordado pela contratação do colombiano em junho de 2018 e outros 1,2 milhão de dólares por 30% da venda do jogador ao Portland Timbers-EUA. O Galo já foi condenado na Fifa e no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em inglês).

Neste caso de Chará, o Galo afirma já ter o dinheiro separado para o pagamento. No fim de 2019, o atacante foi negociado com o clube dos Estados Unidos por 6 milhões de dólares (a mesma quantia paga pelo Atlético para comprá-lo do Junior Barranquilla).

Com a venda, a diretoria alvinegra declarou na época que tinha o valor para pagar os colombianos, mas a condenação na Fifa saiu ao mesmo tempo e o Junior Barranquilla optou por não receber o dinheiro, já que o valor do processo na entidade máxima do futebol era maior.

Outros possíveis débitos a vencer

O Atlético ainda terá que lidar mais à frente com outras ações na Fifa que podem virar condenações – e consequentemente o pagamento de mais dívidas na entidade.

Um dos casos é do técnico Rafael Dudamel. O venezuelano foi demitido em fevereiro de 2019, após pouco mais de um mês no cargo, e entrou com processo na Fifa pedindo R$ 3,2 milhões por salários não pagos e multa pela rescisão contratual. O Galo foi condenado a pagar R$ 3,1 milhões no julgamento em primeira instância, sendo R$ 395 mil pelos vencimentos atrasados e mais R$ 2,7 milhões pela quebra de contrato. Cabe recurso.

O outro processo envolve a compra de Dylan Borrero junto ao Independiente Santa Fe-COL. O meia-atacante foi adquirido em janeiro de 2020 por 1 milhão de dólares, mas o Atlético deve 645 mil dólares (cerca de R$ 3,4 milhões). O clube alvinegro já foi condenado na Fifa em outubro do ano passado, mas recorreu ao TAS.

Por fim, o Apollon Limassol, do Chipre, venceu o Atlético na Fifa, que condenou o clube alvinegro no ano passado a pagar 41,6 mil dólares (R$ 219,6 mil na cotação atual) referente à "compensação por treinamento" do volante Allan, recurso semelhante ao mecanismo de solidariedade por ajudar na formação do jogador. O atleta, na época com 20 anos, foi emprestado à equipe cipriota quando pertencia ao Liverpool-ING.