Por Itasat
Os resultados da perícia das condições físicas de Dedé foram inconclusivos. O laudo vê o zagueiro apto a retornar aos treinos individuais e coletivos, mas não cita capacidade de jogar em alto nível. A análise diverge do relatório apresentado pelo zagueiro, no fim de abril, com base em avaliação de um médico particular, que atestou capacidade dele atuar em "alta performance".
"O perito oficial considera que Dedé está apto para retorno aos treinamentos no sentido de recuperar condição de jogo, uma vez que encontra-se afastado das competições há mais de 18 meses. A avaliação da recuperação da condição de jogo para retorno ao time em competições dependerá do desempenho do zagueiro nos treinos", concluiu o relatório.
Com a perícia médica, Dedé, que possui vínculo até o fim de 2021 com o Cruzeiro, busca provar que tem condições de voltar a jogar e conseguir a rescisão unilateral do contrato para atuar por algum clube. O defensor não atua há mais de 18 meses.
Em janeiro deste ano, Dedé acionou a Justiça do Trabalho com um valor de causa que supera R$ 35 milhões. O zagueiro teve uma liminar deferida para rescindir com o Cruzeiro, mas em seguida ela foi derrubada. O desembargador Paulo Maurício Ribeiro Pires foi quem cancelou a rescisão após mandado de segurança impetrado pelo Cruzeiro.
“O reconhecimento da rescisão indireta depende de dilação probatória, notadamente porque o litisconsorte encontra-se em gozo de benefício previdenciário e com contrato de trabalho suspenso, em razão de incapacidade laborativa, de modo que a pretensão de rescisão contratual se mostra juridicamente impossível. Entende, pois, necessária a realização de “prova técnica médica” para que seja comprovado o real estado clínico do atleta e sua aptidão para o retorno a competições de alto nível, assim como a compatibilidade do pleito de extinção do contrato de trabalho”, alegou o desembargador.
Com base no resultado da perícia, a Justiça definirá o futuro do jogador.
O defensor acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho solicitando a rescisão do contrato e alegando 10 meses de salário em atraso, seis meses sem receber de salários fixos na carteira e mais quatro meses sem receber o depósito do FGTS. A extensa lista de outros pedidos, incluindo dano moral, soma R$ 35.258.058,64.
O jogador passou por cirurgia no joelho esquerdo no começo do ano passado, após tentar tratamento convencional desde outubro de 2019. Desde então, ele não atuou mais pelo Cruzeiro.