Por Itasat
A cúpula da CPI da Covid, no Senado, protocolou uma carta no Palácio do Planalto, em Brasília, endereçada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, cobrando um posicionamento dele sobre as acusações de corrupção no processo de compra da vacina indiana Covaxin.
Em depoimento à CPI da Covid, o deputado federal Luís Miranda disse que o chefe do Palácio do Planalto foi avisado sobre supostas irregularidades na compra do imunizante. O parlamentar afirmou ainda que Bolsonaro teria mencionado o líder do governo, o deputado Ricardo Barros, como envolvido na compra irregular da vacina.
Nesta quinta, Ricardo Barros se defendeu na tribuna da Câmara dos Deputados e pediu para ser ouvido pela CPI da Covid, no Senado, antes do recesso parlamentar.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Omar Aziz, cobrou de Bolsonaro uma resposta. “Eu acho que ele contribuiria muito para o Brasil sobre essa questão porque é uma acusação muito séria. Da mesma forma como ele vai para o cercadinho, e ataca contra jornalistas, contra quem discorda dele e contra a CPI, essa é a oportunidade que ele tem de dizer: “Olha o deputado Luís Miranda é um grande mentiroso, é um canalha”.”.
Forças Armadas
Um dia depois do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, divulgar uma nota, que foi assinada também pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, repudiando as declarações feitas pelo presidente da CPI, sobre o suposto envolvimento de integrantes das Forças Armadas em ilícitos, dizendo que o parlamentar desrespeita a instituição e generaliza o esquema de corrupção, o relator do Colegiado, Renan Calheiros, se manifestou sobre o assunto.
“Essa Comissão Parlamentar de Inquérito, que é uma instituição da República, não pode ser ameaçada sob pretexto nenhum. Nós estamos investigando e retirando a máscara de um esquema que funcionava no Ministério da Saúde, que proporcionou o agravamento do número de morte de brasileiros em função da covid. Se isso vai desvendar participação de civil ou militar, não importa”, esclareceu.
Depoimento da CPI
A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) Francieli Fantinato prestou depoimento nesta quinta-feira (8) na CPI da Covid, no Senado, e foi ouvida por seis horas. A especialista declarou ter deixado a pasta pelo que classificou como politização da vacina e explicou que em junho do ano passado solicitou a aquisição de algo entre 140 e 242 milhões de doses do imunizante contra o novo coronavírus, mas os pedidos foram ignorados pelo ex-secretário-executivo do ministério da Saúde Elcio Franco.
Francieli começou o depoimento na condição de investigada e encerrou a oitiva como testemunha, como explica o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues.
“A doutora Francieli chegou à comissão na condição de investigada e sai, devido a contribuição que trouxe, sem ser investigada e foi homenageada por todos nós. Ela trouxe informações muito importantes porque o Programa Nacional de Imunização fracassou e foi sucateado pelo governo atual”, declarou.