Por Itasat
Com dificuldades para pagar salários até dos funcionários, o Cruzeiro atrasou parcelas do milionário acordo firmado em outubro do ano passado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que reduziu em R$ 151,7 milhões as dívidas tributárias, previdenciárias e de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do clube com o governo federal.
Pelo apurado, duas parcelas estavam em aberto, mas o Cruzeiro pagou uma delas semana passada. De acordo com o que foi firmado com a PGFN, nos primeiros 12 meses, o clube celeste desembolsa aproximadamente R$ 350 mil. Do 13º ao 24º mês, o valor mensal subirá para pouco mais de R$ 1 milhão.
Apesar do atraso, o acordo do Cruzeiro com a PGFN segue válido, já que o clube pode atrasar até três parcelas. No entanto, a diretoria cruzeirense tem ciência de que a descontinuidade dos pagamentos implica em perder o benefício, que foi obtido após longo esforço. A Raposa não comenta o assunto.
Dívida total, parcelas e prazos
Com o acordo firmado em outubro do ano passado com a PGFN, o Cruzeiro conseguiu reduzir a dívida total de R$ 334,1 milhões para R$ 178,4 milhões.
Além disso, o clube celeste acertou o parcelamento do débito de duas formas: os débitos previdenciários deverão ser quitados em 60 parcelas mensais (cinco anos), enquanto os demais valores serão pagos em 145 vezes (12 anos e um mês).
Garantias
Diferentemente do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), no qual o Cruzeiro foi excluído por deixar de pagar as parcelas, o acordo individual firmado pelo clube celeste com a União exige garantias por parte da Raposa em caso de não quitação dos valores mensais.
O advogado tributarista João Paulo Fanucchi de Almeida Melo, que ajudou o Cruzeiro na negociação com a União, afirmou na época do acerto que a Raposa disponibilizou bens imóveis do clube como garantia de pagamento.