Por Itasat
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais deve votar nesta quarta-feira (14), a primeira fase do acordo de reparação da Vale pela tragédia de Brumadinho, no valor total de R$ 37,6 milhões. Os deputados votam em projeto de turno único a inclusão de R$ 11,6 bilhões no orçamento do Estado para a execução neste ano. Um estudo de impactos econômicos e sociais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) prevê o incremento de 1,9% no PIB do Estado além da criação de quase 50 mil empregos a partir da primeira fase do acordo.
Presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, explica a importância dos três eixos da primeira fase do acordo, que são mobilidade, segurança hídrica e fortalecimento do serviço público.
“Isso traz a possibilidade de atrair para a área metropolitana de Belo Horizonte novos investimentos que poderiam ter espaço, já que hoje espaço na área metropolitana é um grande problema. Quando você tem a construção de um Rodoanel você está fazendo isso de maneira planejada, a infraestrutura chega antes do crescimento, portanto você permite reordenar todo esse espaço urbano e também melhorar o atual porque você redistribui todos esses fluxos de trânsito. A gente entende que esses investimentos são fundamentais, que gerarão sim muito impacto positivo no ato de serem feitos, mas trarão impactos positivos ainda muito maiores com a atração de novas empresas para a área metropolitana e com a reordenação da ocupação do espaço urbano, investimento hoje que o Estado se vê incapaz de fazer em função do grande montante de recursos que são necessários.”
Roscoe diz que é muito importante que o projeto seja votado com urgência, ainda mais em um momento de crise, como a pandemia. “É muito importante destacar o senso de urgência desse projeto, quanto antes nós fizermos essas obras, quanto antes esses investimentos forem feitos, maiores serão os benefícios para a sociedade mineira, principalmente neste momento de pandemia, em que boa parte da economia está em crise. Entendo que os deputados já entenderam essa necessidade da urgência e acredito que irão votar na quarta-feira e entregar esse presente aos mineiros.”
O estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais teve a participação do economista Isaque Silva, ligado à Fiemg, que explica como o dinheiro do acordo vai beneficiar as regiões de Minas.
“É importante destacar que todas as regiões do Estado se beneficiam desse acordo, embora nós tenhamos alguma concentração dos investimentos na região metropolitana de Belo Horizonte, principalmente porque nós temos investimento associados ao anel viário e a construção do metrô. Nós temos, por exemplo, a construção de pontes na região de Montes Claros, o que incrementa o PIB da região também em quase 2%. Nós temos a arrecadação de impostos por Estado que está numa situação delicada e significa quase R$ 800 milhões em arrecadação de impostos. Nós temos, além dos empregos gerados, o pagamento claro de salários de quase R$ 4,2 bilhões no Estado e isso resulta em PIB maior, consumo maior, renda maior e mais empregos para os mineiros.