Por Itasat
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desistiu de aplicar um novo reajuste na bandeira vermelha da conta de luz. A medida busca atender ao governo, que está preocupado com o impacto da alta da tarifa na inflação, e traz um alívio para os consumidores, que enfrentam dificuldades para pagar essa despesa.
Mas, nas ruas, clientes reclamam do valor desembolsado mês a mês com a energia elétrica. Desempregada, Berenice de Oliveira Santos afirma que a tarifa tem chegado com o valor nas alturas. "A conta de luz está vindo um preço absurdo, muito caro mesmo. Não tem condições de a gente pagar. Ela vem R$ 400, R$ 450, com três pessoas dentro de casa só."
A aposentada Teodora Ferreira da Silva também relata esforço para pagar a conta. "Está bem carinha. Eu sou aposentada, então você já viu... A gente paga, mas apertado."
Segundo o economista Paulo César Feitosa, em 2018 a conta de luz subiu 15%; em 2019 houve uma redução; no ano passado, por causa da pandemia, o governo tentou não repassar aumento; em compensação, 2021 deve terminar com uma elevação considerável.
"Em 2020 tivemos as contas mantidas num patamar bastante reduzido. Entretanto, em 2021 o valor que se espera é de uma elevação de 13%. Como durante algum tempo nós andamos pagando impostos sobre a energia elétrica mais elevados do que o devido, a compensação desse imposto pago a mais pode fazer com que a tarifa de energia elétrica em 2021 acabe sendo 8% superior àquela do início do ano", afirma.
O economista diz que o principal fator para o reajuste é a crise hídrica vivida no país, a pior dos últimos 91 anos. "Há, por trás dessa crise hídrica, uma questão ambiental séria ligada a desmatamento, à necessidade de que o país leve mais a sério os problemas do aquecimento global."