Por Itasat
Anunciado pelo Cruzeiro em junho deste ano como “especialista em acessos”, o diretor de futebol Rodrigo Pastana durou apenas quatro meses no cargo. Durante o período em que esteve no clube celeste, o executivo não conseguiu repetir o sucesso obtido em outras equipes por onde passou, pois a Raposa sequer figurou entre os dez primeiros colocados da Série B do Campeonato Brasileiro.
Durante toda a Série B, o Cruzeiro oscilou na segunda metade da tabela chegando a passar algumas rodadas na zona de rebaixamento. Faltando dez rodadas para o fim da competição, a Raposa tem chance ínfima de voltar à Série A. O time celeste precisaria de praticamente 100% de aproveitamento nos jogos restantes para sonhar em retornar à elite do futebol nacional.
O diretor de futebol foi demitido nessa segunda-feira (4), após reunião entre Luxemburgo e Pedro Lourenço. O treinador não queria a permanência de Pastana desde que chegou ao clube, enquanto o empresário criticou o executivo publicamente no último sábado (2), em entrevista à Rádio Itatiaia, dizendo que ele “não deveria nem ter passado na porta da Toca”.
Antes de chegar ao Cruzeiro, o executivo havia trabalhado em cinco clubes que conseguiram subir para a Série A: Grêmio Barueri (2011), Criciúma (2012), Figueirense (2013), Paraná (2017) e Coritiba (2019). Além disso, Pastana participou do acesso do Guarani, de Campinas, da Série C para a Série B, em 2016. No ano passado, o dirigente estava no CSA, que quase obteve a vaga no G4 da Segunda Divisão e terminou na quinta posição.
Na gestão de Pastana, foram sete reforços: os laterais Norberto e Jean Victor, os zagueiros Léo Santos e Rhodolfo e os atacantes Wellington Nem, Keké e Dudu. Todas feitas às pressas, pouco antes do transfer ban da Fifa, que proibiu o Cruzeiro de registrar novos atletas por conta de dívidas pelas contratações do atacante Riascos e do meia Arrascaeta, que totalizam cerca de R$ 13 milhões.
Em sua despedida, o executivo destacou alguns pontos positivos, como a recuperação de alguns jogadores do elenco e a contratação de outros.
“A reconstrução de um clube da grandeza do Cruzeiro é feita por pequenas etapas, e fico feliz por ter ajudado com algumas delas, como a recuperação de atletas que não estavam sendo aproveitados, e cito os exemplos do Thiago e o Nonoca. Fico feliz por ter tido a oportunidade de trabalhar em um clube tão gigante quanto o Cruzeiro, que tem uma grande torcida, uma bela história e grandes profissionais”, iniciou.
“Mesmo neste curto período, conseguimos recuperar alguns atletas como o Marcinho e o Brock, que estavam afastados ou fora dos planos, de trazer de volta o Giovanni, que já havia deixado o clube, conseguir reforçar o elenco com atletas como o Wellington Nem, Rhodolfo, Norberto, e ainda recuperar ativos como Airton e Stênio. Sem falar no orgulho de trabalhar com atletas como Sóbis, Fábio, Cáceres e Ariel, entre outros tantos que não citei”, acrescentou.
“Mesmo em um momento difícil financeiramente para o clube tentei fazer o melhor. Fica aqui meu agradecimento e minha torcida para que o Cruzeiro retorne ao seu caminho de glórias”, finalizou o diretor.
Pastana foi contratado para o lugar de André Mazzuco, que deixou o Cruzeiro e se transferiu para o Santos. Dias depois, o técnico Mozart foi contratado por indicação do diretor. Os dois haviam trabalhado juntos no CSA em 2020. Mas o treinador teve desempenho ruim à frente do time. Em 13 jogos, apenas duas vitórias, sete empates e quatro derrotas (33,33%). Foi demitido para a chegada de Vanderlei Luxemburgo, bancado pelo empresário Pedro Lourenço, principal investidor da Raposa.