Um casal de brasileiros escapou por pouco da erupção de um vulcão na Ilha Branca, na Nova Zelândia que matou ao menos cinco pessoas nesta segunda-feira.
"Coisa mais louca da nossa vida acaba de acontecer", narrou Aline Moura no Instagram. "Térrivel, terrível", disse Allessandro Kauffmann.
"A gente passeou no vulcão uma hora e pouco. Dez minutos depois que a gente deixou (o vulcão) e entrou no barco, o vulcão entrou em erupção", relatou Aline.
O casal, que vive na Austrália, contou que depois da erupção, o barco deu uma volta na ilha na busca por sobreviventes. "Não sei se todo mundo conseguiu sobreviver. A gente vai ver o que aconteceu aqui. A gente só espera que ninguém esteja machucado nem nada. Graças a Deus a gente está bem", contou Aline Kauffmann, ao lado do marido Allessandro Kauffmann.
Além dos cinco mortos, 18 pessoas ficaram feridas e 10 estão desaparecidas.
Segundo a polícia, quase 50 pessoas visitavam a Ilha Branca quando ocorreu a explosão, que lançou uma grande quantidade de cinzas e pedras no ar.
Os mortos "são os cinco que foram resgatados da ilha mais cedo", disse o vice-chefe de polícia John Tims.
Tims acrescentou que 18 pessoas estão recebendo atendimento médico, incluindo alguns com queimaduras graves, e que não houve contato com outro grupo de pelo menos 10 pessoas que permaneceu na ilha após a erupção.
"Não sabemos ao certo o número exato deles e não temos certeza de seu estado", disse Tims.
A Ilha Branca está localizada a cerca de 50 km da costa da baía turística de Plenty, na ilha norte da Nova Zelândia, e os viajantes que amam o turismo de aventura costumam visitá-la, com capacetes de segurança e máscaras de gás, para se aproximar do vulcão.
A erupção ocorreu às 14h11 (22h11 de domingo no horário de Brasília), lançando uma coluna de cinzas espessa de 3,6 km no ar.
Ao anoitecer, a atividade vulcânica torna as tentativas de resgate muito perigosas, alertou Tims.
"A ilha é instável, existe o risco de futuras erupções, é fisicamente perigoso retornarmos à ilha".
"Eu tenho que levar em conta a segurança de nosso pessoal e das equipes de resgate", acrescentou.
Imagens exibidas ao vivo do vulcão mostravam mais de meia dúzia de pessoas caminhando ao longo da borda da cratera antes da erupção, antes de a transmissão ser interrompida.
Muitos turistas "estavam dentro ou ao redor da ilha, e o rastro de alguns foi perdido", disse à imprensa a primeira-ministra Jacinda Ardern.
"É uma situação em evolução e, é claro, todos os nossos pensamentos estão com as pessoas afetadas", acrescentou.
Segundo ela, alguns dos turistas seriam estrangeiros.
O vulcão da Ilha Branca é o mais ativo do arquipélago da Nova Zelândia, de acordo com a agência governamental GeoNet.
Cerca de 10 mil turistas o visitam todos os anos. Registrou erupções frequentes nos últimos 50 anos, a última em 2016. Este ano, um contêiner de 2,4 toneladas foi levado para a ilha, de avião, para ser usado como refúgio em caso de erupção.
A Agência Nacional de Gerenciamento de Situações de Emergência declarou que a erupção vulcânica foi "moderada". Uma espessa fumaça branca podia ser vista a vários quilômetros de distância.
Os sobreviventes foram levados da ilha para o continente em embarcações turísticas, enquanto vários helicópteros e aviões sobrevoavam a região.
Foram encontrados quatro turistas e um piloto que haviam visitado a ilha de helicóptero. Eles tinham aterrissado na ilha pouco antes da erupção, de acordo com a empresa Volcanic Air.
"Não sabemos o que aconteceu depois, mas sabemos que os cinco retornaram a Whakatane (cidade localizada a cerca de 50 km da ilha vulcânica) em um dos barcos turísticos", declarou um porta-voz da empresa à AFP.
Michael Schade, um turista que conseguiu sair a tempo, gravou algumas imagens da tragédia.
Seus vídeos mostram grupos de turistas assustados agrupados na costa, esperando para serem evacuados, enquanto o chão ao redor deles queima e o céu está coberto de fumaça.
Muito perto deles, um helicóptero danificado coberto de cinzas.