Por Itasat
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) apresentará na manhã desta quarta-feira (20), o relatório final da investigação. Ao longo dos últimos seis meses, a cúpula colheu mais de 50 depoimentos, quebrou 251 sigilos, analisou 9,4 terabytes de documentos e fez mais de 60 reuniões, marcadas por intensos embates.
Na noite dessa terça-feira (19), o grupo de senadores que faz oposição ao governo e que controla a CPI se reuniu, reservadamente, na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Além de afinar o discurso, o encontro pacificou o mal-estar gerado pelo vazamento do parecer, antes de ser discutido entre os membros da comissão. A previsão é que o texto seja votado na próxima terça-feira (26).
O relatório proporá, segundo a CPI, o indiciamento de 72 pessoas físicas e duas jurídicas, as empresas VTCLog e Precisa Medicamentos, envolvidas em suspeitas de irregularidades em negociações com o Ministério da Saúde para a compra de vacinas.
Entre os nomes dos indiciados, estão o do presidente Jair Bolsonaro, os filhos dele Carlos, Flavio e Eduardo, além de ministros como o da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, o do Trabalho, Onyx Lorenzoni e da Defesa, Walter Braga Netto. Há também os ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello e da Relações Exteriores Ernesto Araújo.
De acordo com o texto de Calheiros, Bolsonaro seria indiciado por pelo menos 14 crimes, entre eles homicídio qualificado, falsificação de documento particular, prevaricação, genocídio de indígenas e crime contra a humanidade.