Por Itasat
A polêmica envolvendo Cruzeiro e Mineirão por causa da limitação de público no jogo da Raposa contra o Brusque, nesta terça-feira, às 21h30, pela 35ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, ganhou mais um capítulo importante. O presidente celeste, Sérgio Santos Rodrigues, ameaçou acionar até o Tribunal de Contas do Estado por uma isonomia no uso da estrutura do estádio.
"O sentimento que a torcida está é o mesmo que a gente está, de revolta profunda, de indignação com a atitude que está sendo feita junto ao Cruzeiro. De falta de isonomia também, a gente até está olhando o contrato de concessão que foi feito, a gente acha até que cabe providências a serem tomadas no Tribunal de Contas do Estado, dentre outras. Ali está claro que todas as entidades devem ser tratadas de forma igual", reclamou o presidente.
Toda a confusão foi armada após o diretor do Mineirão afirmar que o estádio não conseguiria abrir novos setores para aumentar a presença do público no duelo da Raposa contra o Brusque. Todos os 35 mil ingressos colocados à disposição dos torcedores foram comercializados, definindo a capacidade máxima de público para o penúltimo jogo da Raposa no Gigante da Pampulha, em 2021.
A reclamação do Cruzeiro é embasada no arquirrival Atlético, que por duas vezes já lotou o Mineirão, sendo uma dessas com mais de 60 mil presentes.
"O que aconteceu é que no dia primeiro de novembro, segunda-feira, foi até um jogo do Cruzeiro, saiu da prefeitura que iria liberar 100%, no dia 2 de novembro, terça-feira, que era feriado, permitiu-se que tivesse 100%, no dia 3 de novembro o nosso rival jogou lá com a capacidade acima do normal. Como é que conseguiram organizar isso tão rápido para outro time, e não para nós? E, ontem, domingo, jogou-se novamente para público total", disparou Sérgio Rodrigues.
Na visão do Mineirão, não é possível realizar dois jogos de grande porte em sequência por causa da legislação trabalhista. Samuel Lloyd, diretor do estádio, disse que o banco de vagas de profissionais do Gigante da Pampulha não consegue suprir a demanda de trabalho ainda por impactos ocasionados pela pandemia.
"A gente fica indignado quando vê dizendo que um evento para 60 mil pessoas precisa de mais tempo para ser praticado ou colocado em prática sua organização, porque foi feito para outra pessoa. Então, a gente gostaria que fosse feita essa isonomia", comentou o mandatário celeste.
Mais polêmica
De acordo com Lloyd, a previsão inicial definida com o Cruzeiro é que seria um jogo para sete mil pessoas apenas. No entanto, o torcedor 'comprou a ideia' do jogo no Mineirão e essa expectativa aumentou até os 35 mil ingressos já vendidos.
"O que foi aconteceu com a gente no começo. Como nos últimos jogos que tínhamos feito o público não tinha sido tão alto lá (Mineirão), e a operação é muito cara, a gente tinha esse compromisso com a nossa torcida, de fazer um jogo com ingresso mais barato. A gente fez um combinado de que abriria determinados setores a medida que houvesse venda. E jamais foi falado no começo, ok, mas o limite será 35 mil. Isso que nos deixou perplexo, nos deixa chateados. repito, tão indignados quanto vocês, torcedores, porque também somos torcedores, e faz com que a gente vá buscar até o último momento dentro do que for possível fazer, para que esse jogo amanhã ocorra com mais público", garantiu o presidente.
Apesar disso, segundo apurado, o Mineirão realmente não vai aumentar carga de bilhetes e manterá a abertura somente dos setores para comportar 35 mil presentes. Não há, também, nenhum novo encontro marcado entre o Cruzeiro e representantes do estádio.
"Depois, também, a gente vai buscar entender melhor. Já vi vários parlamentares manifestando essa indignação, já que o Mineirão é um equipamento, estádio que pertence ao povo de Minas Gerais. Não é de uma empresa, não é de um clube. O povo de Minas Gerais quer ir ao jogo amanhã. Está sendo todo mundo desrespeitado nesta história. Pode ter certeza que vamos a fundo nela, para poder fazer com que isso não ocorra mais, e para fazer com que o torcedor não seja lesado novamente", completou.