Por Itasat
A política nos bastidores do Cruzeiro segue incendiando o clube. A comissão de ética e disciplina da Raposa terá que eleger um novo presidente, já que Fernando Torquetti, que ocupava o cargo, pediu desligamento da função depois de ter sido suspenso por 10 dias. A carta de renúncia foi entregue ao Conselho Deliberativo na semana passada.
Na carta emitida por Torquetti, o conselheiro reclama do jogo político e afirma que seu afastamento foi "desrespeitoso e covarde". E que "configura uma clara manobra política e ilegal, já que o Regimento Interno (do clube) prevê que a comissão é independente e a destituição do seu presidente ou de qualquer um dos seus membros somente pode ocorrer após a análise e aprovação do Conselho Deliberativo, assim como sua condução ao referido cargo", reclamou.
"Diante de tantas ilegalidades, as quais não posso aceitar, solicito a V.Sa. o meu desligamento definitivo como membro da Comissão de Ética, pois entendo que a mesma perdeu seu objetivo de analisar e apurar com rigor possíveis atos infracionais cometidos por conselheiros, sem distinção, com ética e imparcialidade", disse.
Torquetti acusou membros da comissão de ética de ilegalidades e diz que o grupo perdeu seu real sentido. "Cabe-me então constatar que a minha destituição é mais um reflexo da política inescrupulosa que perpetua no Clube, iniciada nas administrações dos "perellas", continuada pelos ex-presidentes Gilvan de Pinho Tavares e Wagner Pires de Sá, ambos ligados ao ex- presidente do Clube e do Conselho Deliberativo, Sr. Zezé Perella. Este último, inclusive, como Presidente do Conselho Deliberativo, fez vista grossa aos atos desastrosos da administração Wagner Pires de Sá, que levou nosso Cruzeiro à decadência fiscal e esportiva que assistimos agora", disparou.
Entenda o caso
No mês passado, o ex-presidente do Cruzeiro Alvimar Perrella e o mecenas Pedro Lourenço, que é conselheiro do clube, formalizaram pedido para o afastamento de Fernando Torquetti da presidência da comissão de ética e disciplina. Isso, porque, no entendimento de Perrella e "Pedrinho BH", Torquetti atuou como secretário geral na presidência do ex-cartola Wagner Pires de Sá, gestão que, segundo ofício emitido à época, foi "maculada/viciada em vários níveis e setores administrativos internos". E que Torquetti teria sido um dos "líderes da Família União".