Por Itasat
O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, foi vaiado durante a tradicional missa de aniversário de 101 anos do clube, na tarde deste domingo, em uma igreja na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Durante um pronunciamento, de cerca de cinco minutos, o dirigente foi interrompido por vaias e ataques, que o chamavam de "vacilão".
Sérgio ainda tentou prosseguir com suas palavras, desejando um próximo ano melhor ao Cruzeiro. No entanto, precisou interromper o pronunciamento. "Tudo bem, faz parte da democracia", disse. Após a fala, o presidente retornou para o seu lugar, ao lado de familiares.
Após as manifestações, o padre Gilson de Oliveira Filho retomou a missa e convocou os fiéis a iniciar uma oração. Contudo, as vaias persistiram por mais alguns minutos.
Sérgio Rodrigues assumiu a presidência da raposa em 2020. Desde que iniciou o seu mandato de 3 anos, o dirigente é alvo de críticas por parte dos torcedores. SSR assumiu o cargo após a renúncia de Wagner Pires de Sá, em dezembro de 2019, momento em que o Cruzeiro amargava a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro e era alvo de investigações da Polícia Federal.
Em mais de um ano de gestão, Sérgio não conseguiu levar o time celeste a elite do futebol nacional. O Cruzeiro está a dois anos na Série B e agora disputa pelo terceiro ano seguido a Segunda Divisão.
Em outubro de 2021, o dirigente foi criticado por realizar duas viagens à Europa em menos de um mês, enquanto o clube vivia um momento complicado dentro dos campos. Naquela ocasião, os torcedores cruzeirenses cobraram também soluções para o atraso no pagamento dos salários de jogadores e funcionários do clube. Contudo, à época a Raposa explicou que Sérgio Rodrigues bancou todos os custos por conta própria e "e cumpriu uma agenda que incluiu compromissos de interesse do Cruzeiro".
No final de dezembro, o Cruzeiro se transformou no primeiro time do país a adotar o modelo de clube-empresa SAF (Sociedade Anônima do Futebol). A agremiação mineira assinou um acordo de compra com o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, que prometeu um investimento de R$ 400 milhões para se tornar o acionista majoritário, com 90% das ações.
Neste domingo (2), dia em que o Cruzeiro comemora 101 anos, o novo dono do clube viria a Belo Horizonte para os primeiros compromissos no comando da Raposa. Mas precisou adiar todas as ações por testar positivo para a Covid-19. O clube inicia o ano sem treinador e ainda com mudanças a serem definidas pela nova gestão. Na última semana, uma série de demissões no departamento de futebol e a saída do técnico Vanderlei Luxemburgo deixou o futuro do Cruzeiro em aberto.
Para a função de treinador, o favorito é o uruguaio Paulo Pezzolano, de 38 anos, que tem o aval do ex-jogador Paulo André, responsável por cuidar do futebol para Ronaldo agora em seus dois clubes, pois o Fenômeno é majoritário também no Valladolid, da Espanha
Neste 2 de janeiro de 2022, que marcaria a volta do Fenômeno às instalações do Cruzeiro, a esperança da China Azul também era das primeiras palavras do ex-jogador sobre o desafio de reconstruir um clube usado e devastado por seus dirigentes nos últimos anos, o que provocou uma dívida na cada de R$ 1 bilhão.
Em um post nas redes sociais, Ronaldo justificou a ausência em Belo Horizonte justamente no dia do aniversário do clube. O empresário lamentou o fato de não poder comemorar, com presença física, os 101 anos do "Cabuloso".
"Nosso encontro não foi cancelado, foi adiado em razão das circunstâncias. E eu faço questão de comemorar com vocês o aniversário do nosso clube! Em breve, anunciaremos aqui a nova programação. É só o começo da nossa luta juntos! Conto com vocês, contem comigo", afirmou.
A estreia do Cruzeiro na temporada será no dia 26 de janeiro, no Campeonato Mineiro. Novas datas para a apresentação do novo dono do clube ainda não foram divulgadas.