Por Itasat
A brasileira Marianna Ekel relatou a tensão vivida na Ucrânia diante de ataques russos. Nascida e criada no Brasil, ela é filha de ucranianos e se mudou para o país europeu a trabalho. Quando conversou com a reportagem, Ekel estava na Polônia a partir de recomendação da própria empresa onde ela trabalha, como especialista em desenvolvimento de negócios.
"Está extremamente cheio. Todos estão tentando sair da capital [Kiev]. Os bombardeios estão ocorrendo não apenas em Kiev, mas em outras cidades da Ucrânia. Eu sei que as pessoas não estão conseguindo sair, não estão conseguindo abastecer o carro. Está tendo muito problema", relata.
Segundo Marianna, homens não podem deixar o país, pois podem ser convocados pelo Exército. "Está muito complicado. Quem conseguiu sair, saiu. Quem não conseguiu... infelizmente está tudo complicado", detalha.
Ela também critica a postura do presidente russo, Vladimir Putin, responsável por autorizar os ataques. "É um absurdo. Um ditador usando o passado histórico forçado na Ucrânia para justificar uma anexação, bombardeios, invasão, mortes de pessoas", lamenta.
Ataques
A Rússia atacou a Ucrânia nesta quinta-feira (24), com bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e outras cidades no Centro e no Leste após o presidente Vladimir Putin autorizar uma operação militar nos enclaves separatistas do Leste do país, segundo o ministério da Defesa da Rússia. Foram registradas explosões ainda nas cidades portuárias de Kiev e Mariupol. No começo da manhã, no horário local, sirenes antiaéreas soaram nas cidades de Kiev e Lviv, numa cena rara na Europa desde o fim da 2ª Guerra.
O governo da Ucrânia confirma que "mais de 40 soldados ucranianos e cerca de 10 civis" foram mortos desde que os ataques da Rússia contra o país foram iniciados, na noite dessa quarta-feira (23). Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky fez um apelo para que os cidadãos doem sangue para ajudar os feridos, que seriam "dezenas" até o momento.
O líder ucraniano também afirma que dará "armas a quem quiser defender o país". "Esteja pronto para apoiar a Ucrânia nas praças de nossas cidades", escreveu no Twitter. Além disso, ele afirma que as relações diplomáticas com a Rússia estão cortadas. "Para todos aqueles que ainda não perderam a consciência na Rússia, é hora de sair e protestar contra a guerra com a Ucrânia", completou.