Por Itasat
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) afirmou, nesta quinta-feira (3), que cerca de 70 brasileiros ainda não conseguiram deixar a Ucrânia, em meio à invasão russa. De acordo com o Itamaraty, 115 brasileiros saíram do território ucraniano e foram, principalmente, para a Polônia e a Romênia. O órgão garante que as embaixadas estão dando o suporte necessário as pessoas que buscam ajuda.
Nesta quarta-feira (2), a equipe da Embaixada do Brasil deixou Kiev, após a piora na segurança da capital ucraniana com o avanço das tropas russas. Em nota, o Itamaraty informou que vai abrir postos de atendimento consular em Lviv, na fronteira com a Polônia, e em Chisinau, capital da Moldávia, um país próximo da Ucrânia.
O Itamaraty informou também que abriu dois postos de atendimento consular. Em Lviv, a cerca de 70 quilômetros da fronteira com a Polônia e também em Chisinau, capital da Moldávia, para auxiliar brasileiros que deixam a Ucrânia via Romênia.
No entanto, as ações do governo brasileiro em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia repercutem no Congresso Nacional. Após o anuncio da mudança na embaixada, o ministro das relações exteriores do Brasil, Carlos França, enviou um ofício para as embaixadas do Brasil, não só na Ucrânia, mas na Polônia, Romênia, Hungria, Eslováquia, dando orientações para que sejam os esforços da diplomacia na assistência aos brasileiros que desejam deixar o território ucraniano ou que estão em trânsito em países vizinhos.
O foco é na emissão de documentação e na retirada ordenada e segura de brasileiros que estejam na Ucrânia ou que tenham conseguido sair e querem voltar ao Brasil. O deputado federal mineiro, Aécio Neves (PSDB), que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, cobrou urgência do governo federal em adotar as medidas necessárias para a concessão de asilo a refugiados da Ucrânia. Segundo o parlamentar, o Brasil deve agir para ajudar cidadãos ucranianos que estão sendo obrigados a deixar o país e buscam se estabelecer, ainda que temporariamente, no Brasil.
Já o líder da bancada do PT na Câmara, o deputado federal Reginaldo Lopes, protocolou um requerimento de informação junto à mesa diretora casa. O parlamentar quer saber se o presidente Jair Bolsonaro conversou ou não com o presidente da Rússia, Vladimir Putin no último domingo. No feriado, durante a entrevista coletiva no Guarujá em São Paulo, Bolsonaro afirmou que teria conversado por duas horas com o líder russo.
Com isso, Reginaldo Lopes pede informações sobre se de fato houve a conversa e qual foi o conteúdo desse diálogo. Segundo o parlamentar petista, é preciso haver transparência quanto a condução da política externa. Para ele o momento crítico que hoje desafia as relações internacionais, envolvendo a Rússia e a Ucrânia, como também interesses brasileiros e de outros países, além do futuro da ordem mundial não nos "permite incertezas ou pouca transparência quanto a condução da política externa feita pelo presidente da república".