Por Itasat
Marcado na história do clássico Atlético x Cruzeiro (e vice-versa), o ex-jogador e hoje técnico Marcelo Oliveira guarda boas e más recordações do confronto entre Galo e Raposa. Nesta sexta-feira (4), inclusive, ele comemorou mais um aniversário e completa 67 anos de vida. Como bom amante da bola, o mineiro de Pedro Leopoldo não vê a hora de a bola rolar no próximo domingo (6), no duelo válido pela 9ª rodada do Estadual.
Como jogador, Marcelo fez 285 partidas com a camisa do Atlético e marcou 104 gols. Como técnico do alvinegro, foram outros 95 jogos. Mas, com a prancheta, foi na Raposa que ele ganhou destaque no cenário nacional, na função. No comando do time celeste em 195 jogos, ele foi bicampeão do Brasileiro (2013 e 14) e cravou o nome também do antigo rival, quando atuava dentro das quatro linhas.
Convidado no programa Bastidores desta sexta, Marcelo Oliveira traduziu o sentimento de um Atlético x Cruzeiro, e falou da situação atual dos clubes.
"É uma satisfação falar do nosso futebol. Semana de clássico, especial. Dizem que é um jogo a parte. É assim, mesmo sem o glamour e o público de antigamente, mas é uma partida que pode mudar a situação de uma equipe em relação a outra, para o bem e para o mal. Participei de muitos clássicos como jogador; foi uma honra, porque quando cheguei com 14 anos para jogar futebol, meu sonho era exatamente jogar com estádio cheio e na seleção brasileira. No período de atleta, ganhei mais do que perdi, com grandes públicos. Até com mais de 100 mil pessoas. Era emocionante e a gente se superava para defender a camisa. Espero que seja um clássico bem disputado, mesmo com as condições distintas das equipes", destacou o técnico.
"A disparidade dos clubes e dos times é nítida. O Cruzeiro está numa reconstrução, formando um novo time e com um novo dono. A ideia de formar uma equipe competitiva para tentar subir, com administração mais simples, pelo menos financeiramente, ao contrário do Atlético, que vem de um ano excepcional, com um elenco muito bom. A tendência, se acontecer tudo normal, é que o Atlético ganhe o jogo. Mas existe aquela máxima da superação, do futebol competitivo, de uma boa estratégia. Vamos ver. Espero que seja um jogo limpo e muito bem disputado. A missão do Cruzeiro é mais difícil neste momento", acrescentou.
Sobre o trabalho dos treinadores gringos de Galo e Raposa, Oliveira afirma não ter conhecimento para analisar o argentino Antonio Mohamed e o uruguaio Paulo Pezzolano, mas que torce para que ambos tenham excelente desempenho em Minas Gerais.
"Não conheço bem o trabalho dos técnicos, mas eles vêm de escolas que competem muito e devem trazer essa característica para o trabalho. O Cruzeiro precisa de um time armado para o Brasileiro, para tentar voltar à elite e será muito difícil este ano. Precisa agir rápido e usar o Mineiro para isso. No Atlético, o técnico tem que fazer pelo menos o semelhante do que fez o Cuca, que foi quase impecável. Isso que será cobrado", comentou.
Sobre as lembranças do clássico, Marcelo Oliveira destaca duas: uma como jogador, quando defendia o Galo, e outra como técnico, logo na sua estreia pela Raposa.
"Tive mais vitórias como jogador do que como técnico. Como atleta, me lembro da final de 1976, disputada em 77, numa melhor de três. Ganhamos duas seguidas e tive uma participação bem interessante, fazendo gols nos dois jogos, sendo considerado o melhor jogador daquela decisão. O Mineirão lotado e com o título estadual sendo bastante comemorado, ao contrário do que acontece hoje. Como técnico, uma passagem feliz foi na estreia pelo Cruzeiro, em 2013, na reinauguração do Mineirão. O Atlético já tinha um time montado e a gente ainda esboçando. O Galo era favorito, mas supreendemos, ganhando por 2 a 1 e foi um início de ano bem feliz", destrinchou à Itatiaia.
Longe das atividades, Oliveira finaliza a entrevista deixando claro que, após período sabático, está pronto para voltar a defender algum clube. Em casa, aguarda um convite que o desperte o desejo de voltar a dar voltas olímpicas.
"Eu vinha de um período de 10, 12 anos muito intensos, sem muito tempo para família e para mim. Resolvi dar uma descansada. Estou pronto para voltar. Recebi algumas propostas, mas não interessantes para mim, mas aguardo por algo que seja legal e me sinto pronto para trabalhar e conquistar novos títulos", finalizou.