Por Itasat
Na manhã deste domingo (6), o torcedor Rodrigo Marlon Caetano Andrade, de 25 anos, foi morto após ser atingido por uma bala durante uma briga entre Máfia Azul e Galoucura, na região leste de Belo Horizonte. De acordo com o pai da vítima, ele fazia parte da organizada da Raposa há pelo menos cinco anos, o que não agradava a família.
"De um tempo pra cá, o Rodrigo se envolveu com torcida organizada. Fazia parte da organizada de Sabará. Quando eu fiquei sabendo, ele já estava bem infiltrado. A gente sabe como é torcida organizada. Marca briga, pega atleticano, já matou também. Não sei se ele participou. Há pouco tempo morreu amigo dele também. A gente vem falando para sair desse negócio de torcida organizada. Torcer para um time não tem problema, mas tem que saber torcer. A mãe dele falou, o tio dele, que é atleticano, deu conselho", disse.
Durante a entrevista concedida na porta do hospital João XXIII, o aposentado Ademar Eustáquio Andrade contou que o filho estava rebelde desde que entrou para a Máfia Azul.
"Ele estava muito rebelde. Torcida organizada pra mim é tudo bandido. A gente sabe que o meio de torcida organizada rola tudo. Orgia, drogas. Eles são treinados para ter ódio. Para pegar torcida rival e matar, machucar. A gente aconselhou, falou. Cada dia que passava, chegava com coisa da Máfia Azul. Camisa, short, boné. Tem uma pilha lá, vai virar tudo fumaça. Meter fogo. Ele dormia na sede no Barro Preto, ficava três dias fora. Ontem ele chegou, mas alguém ligou para ele e vestiu roupa. Quando foi hoje de madrugada, a mãe ele perdeu o sono. Ligou para ele, mandou foto dele com o filho dele. Ele só falou que estava com mulher", contou.
O pai da vítima contou que integrantes da Máfia Azul procuraram a casa onde morava pouco tempo depois da briga.
"Quando foi por volta de 11h, chegou uma moça e um cara de moto querendo o endereço lá de casa. O pessoal da Máfia Azul pediu, Aí liguei para o número dele e estava com a amiga dele, que falou que ele tinha tomado um tiro e estava na UPA Leste. Quando liguei de novo, ele já estava no João XXIII", finalizou.
A briga entre os torcedores ocorreu pela manhã na rua Lassance, horas antes do clássico que será disputado às 18h, no Mineirão, pela nona rodada do Campeonato Mineiro.
A polícia recebeu mais de 30 chamados para a briga. Ao chegar no local, os militares precisaram chamar reforços. Paus, pedras, cadeiras e foguetes foram usados na briga.
O confronto assustou moradores, que se esconderam dentro das próprias casas. Comerciantes fecharam as portas.
A Polícia Militar ainda está à procura do suspeito de atirar no torcedor cruzeirense.