Por Itasat
"A única coisa é ficar em casa, olhar pela janela o que está acontecendo lá fora. Não temos mais nada o que fazer", relata Katerina Nieshchieretova, tradutora e chefe de imprensa do MFC Prodexim. Ela mora em Kherson, cidade da Ucrânia situada às margens do Mar Negro, sob domínio do exército russo desde o dia 2.
Mas olhar o quê? O exército russo e a destruição da guerra. "Na cidade, mudou tudo. Destruíram várias coisas. O único shopping foi destruído por completo. nada está funcionando. Não consigo sacar dinheiro do banco, não consigo trocar dólares, nada", relata.
Com tanques e soldados pelas ruas, ela se mantém na cidade para cuidar de familiares idosos. "Permaneço na cidade porque não posso deixar minha família, meus bisavós são pessoas de idade, não conseguem se virar sem eu e minha mãe, por exemplo", relata ela, que conseguiu estocar alimentos para ter o que comer enquanto a guerra se prolonga.
Nos mercados, percebe-se falta de comida, e "muita gente não tem o que comer". restando o auxílio de um vizinho ou um familiar. "Tentamos ajudar um ao outro com comida. "[Vamos] em mercadinhos pequenos para encontrar conservas pequenas, latas com peixes, pão. Não tem nada com leite mais", relata Katerina.
Não bastasse a tensão de ver da janela tanques e soldados, a tradutora ucraniana conta a censura imposta pela exército russo que na batalha por mentes e corações impõe forte censura e limita o uso da internet para que não sejam enviados vídeos e fotos para fora do país, principalmente das manifestações dos ucranianos pelas ruas de Kherson, que, mesmo com tanques pelas ruas, se encontram em protestos contra os russos. "Não é seguro mandar fotos e vídeos. Nos apagam a internet. Ficamos sem internet por algumas horas para que não sejam enviadas fotos e vídeos para fora".