Por Itasat
Depois de o Congresso Nacional ter votado dois projetos que com o objetivo de diminuir a tributação sobre os combustíveis e, com isso, baratear o preço dos itens na bomba, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) cobrou que a empresa "faça a sua parte" para que essa redução chegue até o consumidor final.
Em Belo Horizonte, onde participou do Conexão Empresarial, Pacheco cobrou que a Petrobras cumpra com seu "papel social".
"A Petrobras tem hoje uma lucratividade na ordem de três vezes mais que suas concorrentes, dividendos bilionários. Óbvio que é muito bom que isso aconteça, mas não pode acontecer em prejuízo da população brasileira que abastece seus veículos ou que precisa de transporte coletivo", afirmou
Pacheco relembrou que o Senado votou, na semana passada, o PLP 11/2020 e o PL 1.472/2021. Na avaliação dele, até mesmo a diplomacia brasileira deve ser usada para buscar soluções “não só para essa questão do preço dos combustíveis, mas para o crescimento econômico do Brasil, que exige e precisa de investimentos internacionais”, acrescentou.
Política de preços
Pacheco foi questionado sobre a política de preços da empresa, que segue a cotação do barril de petróleo, em dólar, no mercado internacional e repassa os custos aos consumidores brasileiros. O presidente no Senado evitou dizer que a alternativa a isso passa pela troca no comando da empresa, presidida pelo general Joaquim Silva e Luna.
"O que nós esperamos dessa diretoria é que ela tenha a sensibilidade social de uma empresa que tem participação pública e que precisa ter o cumprimento da sua função social. O lucro é muito importante para a empresa, a remuneração dos seus diretores também o é, mas é muito importante que ela possa, eventualmente, reverter esse lucro muito acima da média para a própria população, através de mecanismos próprios para isso", defendeu.
Lucro recorde
Parlamentares têm questionado o lucro recorde da Petrobras. No ano passado, a estatal registrou lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões. Por causa dos resultados, a empresa vai distribuir US$ 37,3 bilhões aos acionistas — entre eles, a União —, como dividendos. Na quinta-feira (10), a Petrobras anunciou aumento de 25% no preço da gasolina e do diesel, e 16,06% no gás liquefeito de petróleo (GLP), seguindo as altas internacionais.
O lucro recorde da Petrobras também foi questionado, nesta segunda-feira, pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que defendeu que parte seja utilizado para o abatimento no preço do combustível que chega ao consumidor final.
"O caso da Petrobras é claro: a Petrobras tem dado lucros recordes e queremos que parte desse lucro seja revertido, pelo governo federal, que é o principal acionista, no abatimento no preço", disse o governador, no mesmo evento em que participou Rodrigo Pacheco.