Por Itasat
Quase três meses depois de assinar uma intenção de compra de 90% da SAF do Cruzeiro, Ronaldo anunciou que pretende modificar algumas condições importantes no negócio. Em uma transmissão feita na noite desta quinta-feira (15), o Fenômeno confirmou que planeja transferir as Tocas I e II para a Sociedade Anônima do Futebol.
Além disso, o ex-atacante propôs que a associação entre em um processo de recuperação judicial ou extrajudicial. Essas medidas são tomadas por empresas que enfrentam dificuldades para honrar os compromissos trabalhistas e cíveis.
De acordo com Ronaldo, durante as reuniões feitas com pessoas ligadas à parte associativa do Cruzeiro, a última proposta foi aceita sem maiores restrições. A integração das Tocas da Raposa I e II à SAF enfrentou maior resistência, mas o Fenômeno se mostrou otimista com a aprovação necessária no conselho. Ele explicou que assumiria as dívidas tributárias, que poderiam causar a penhora dos centros de treinamento do clube.
"Nosso acordo da SAF nunca teve contemplada das dívidas tributárias do Cruzeiro, que são mais ou menos R$ 200 milhões de reais e já foram negociadas. É uma dívida tributária da associação e não viria para a SAF. O não pagamento dessa dívida põe em risco o patrimônio do Cruzeiro. Se, amanhã, a associação não conseguir cumprir esse parcelamento da dívida, a gente acaba perdendo a Toca I e II, que são os locais de treinamento do clube. Se a gente não tem o CT, onde a gente coloca os nossos jogadores? Esse processo demoraria mais, até construir um novo local. Nossa proposta para assumir essa dívida tributária com essa garantia que são as duas Tocas para a SAF, de modo que a gente garantiria não ter esse risco de penhora e perder as duas Tocas, que são o nosso local de trabalho", disse.
O Fenômeno confirmou que pretende assumir a dívida tributária do Cruzeiro. Por meio de um acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a Raposa conseguiu renegociar o valor. No entanto, a associação teria dificuldade de honrar os compromisso com a escassez de novos recursos. Ele ainda se responsabilizou em não usar os centros de treinamentos para lucro imobiliário.
"A gente se responsabiliza por uma renegociação dessa dívida tributária, honra o pagamento, garante a propriedade da Toca e no final do pagamento dessa dívida, as Tocas passam a ser propriedades das Tocas. É a única maneira que temos garantia de desenvolver com segurança. Quero reafirmar que não é do nosso interesse, nem será usar qualquer uma das tocas como investimento imobiliário. Ou seja, amanhã ou depois pode construir prédios e recebo uma proposta. Me comprometo que não vou vender. Se houver uma possibilidade de vende, a gente colocaria a associação nesse negócio", completou.
Apesar de já fazer parte da administração do futebol do Cruzeiro, tomando decisões importantes, o ex-jogador ainda pode desistir do negócio. Embora seja muito improvável, ele disse que a aprovação das duas propostas é algo fundamental para que ele siga no projeto. O Fenômeno ainda disse que espera que o Conselho se reúna em breve para votas as medidas.
"A gente tem que acelerar isso, porque se eu não tenho essas garantias, é muito difícil eu continuar e evoluir no projeto. O mercado está esperando essa definição para a gente alavancar e trilhar esse bom caminho que a gente já começou;. A gente está confiante que vai conseguir resolver todos esses problemas, montar times competitivos e fazer o Cruzeiro gigante novamente", disse
Recuperação
Durante a transmissão, Ronaldo afirmou que o pedido para que a associação entre em recuperação judicial ou extrajudicial não terá problemas para ser aprovada. Ele explicou aos interlocutores o que significa a medida.
"Na minha cabeça, a melhor saída e planejamento é uma recuperação extrajudicial ou judicial. A gente pediu aos conselheiros do Cruzeiro que fossem aprovadas essas condições para que houvesse uma reconstrução de fato do clube. A recuperação é um instrumento legal para ajudar organizações que estão passando por momentos temporários de dificuldade financeira . Além disso, a recuperação garante mais transparência e em como os recursos são aplicados. Basicamente é um instrumento em que a gente dá garantia do cumprimento dessas dívidas, mas com um prazo melhor para a gente. Não tivemos resistência nesse ponto", disse.