Por Itasat
A guerra na Ucrânia entra no 22º dia com bombardeios em Kiev, capital do país, e esperança de um acordo de cessar-fogo. O governo de Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (17), que a Rússia está se empenhando com grande energia nas negociações para um acordo que interrompa a invasão militar.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que as negociações estão se tornando "mais realistas", ao passo que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou que há "alguma esperança de compromisso".
Ao mesmo tempo, a Rússia rechaçou nesta quinta-feira (17), uma ordem da Corte Internacional de Justiça, principal órgão judicial das Nações Unidas (ONU), para suspender imediatamente a invasão na Ucrânia.
"Não podemos levar essa decisão em consideração", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que tanto Moscou quanto Kiev precisam entrar em acordo para interromper os combates.
Na última quarta-feira (16), a Corte Internacional de Justiça havia determinado que a Rússia suspendesse a invasão imediatamente, após um pedido do governo da Ucrânia, que acusa Moscou de justificar a guerra com o falso argumento de que estaria ocorrendo um "genocídio" da população de etnia russa no Donbass.
"A ordem é vinculante sob a lei internacional, e a Rússia deve cumpri-la imediatamente", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a decisão do tribunal.
O posicionamento da corte da ONU chega em meio aos avanços relatados tanto por Kiev quanto por Moscou nas negociações, embora os dois lados reconheçam estar longe de um acordo.
Plano de paz
Membros do governo ucraniano mostraram incômodo com a divulgação pelo jornal britânico Financial Times de um suposto plano de paz dividido em 15 pontos e que prevê um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas, mas desde que Kiev declare neutralidade, ou seja, desista de entrar para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e limite o tamanho de suas Forças Armadas.
Além disso, a Ucrânia se comprometeria a não abrigar nenhuma base militar estrangeira e, em troca, obteria garantias de proteção por parte de países como Estados Unidos, Reino Unido e Turquia.
De acordo com Mikhailo Podolyak, assessor de Zelensky, o rascunho divulgado pelo Financial Times representa apenas "a posição do lado russo".
"O lado ucraniano tem suas próprias posições. As únicas coisas que confirmamos neste estágio são cessar-fogo, retirada das tropas russas e garantias de um certo número de países", declarou. As negociações devem continuar nesta quinta-feira.
Até o momento, a guerra na Ucrânia já gerou 3,2 milhões de refugiados, sendo que 1,9 milhão cruzaram a fronteira com a Polônia.