Por Itasat
O governo federal decidiu trocar o comando da Petrobras e indicou o nome do consultor Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), para substituir o general Joaquim Silva e Luna, que ocupa o cargo desde abril do ano passado. A informação foi confirmada pelo Ministério de Minas e Energia.
O nome do novo presidente deve ser oficializado em 13 de abril, quando o Conselho de Administração da empresa se reúne. O órgão colegiado deve passar a ser presidido por Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo.
"O Ministério de Minas e Energia participa que consolidou a relação de indicados do Acionista Controlador (anexa) para compor o Conselho de Administração da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, a ter efeito a partir da confirmação pela Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá em 13 de abril de 2022. A relação apresenta o Sr. Rodolfo Landim para o exercício da Presidência do Conselho de Administração e o Sr. Adriano Pires para o exercício da Presidência da Empresa. O Governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Empresa", diz a nota do ministério.
Essa é a segunda vez que Bolsonaro troca o comando da Petrobras. Em fevereiro do ano passado, o presidente demitiu Roberto Castello Branco, também em um momento em que o preço dos combustíveis impactava sua popularidade.
Indicados
Além de Adriano Pires para a Presidência da Petrobras e Landim para a presidência do Conselho Administrativo, a relação de indicados para compor o Conselho ainda inclui: Sonia Julia Sulzbeck Villalobos, Luiz Henrique Caroli, Ruy Flacks Schneider, Márcio Andrade Weber, Eduardo Karrer e Carlos Eduardo Lessa Brandão.
Demissão
A decisão sobre a demissão de Silva e Luna foi tomada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (28). O mandato dele iria até março de 2023.
De acordo com o Estadão, Bolsonaro se irritou com Silva e Luna pelo "timing" no anúncio do mega-aumento dos combustíveis neste mês. A Petrobras pratica a chamada paridade de preços, ou seja, paga pelo produto o preço cobrado no mercado internacional e, por isso, repassa eventuais altas para refinarias, o que leva ao aumento de preços para o consumidor final. No dia 10 de março, diante do aumento na cotação do petróleo no mercado internacional, reflexo da guerra na Ucrânia, a Petrobras anunciou reajuste de 18,8% para a gasolina e de 24,9% para o diesel.
No dia seguinte, o Congresso aprovou e Bolsonaro sancionou um projeto que faz alterações na tributação sobre os combustíveis para tentar aliviar a alta de preços. Para Bolsonaro, o impacto da aprovação do projeto foi "mitigado" porque a Petrobras fez o anúncio do mega-aumento antes.
"Olha só, eu tenho uma política de não interferir. Sabemos das obrigações legais da Petrobras e, para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tem num momento atípico no mundo. Então, não é uma questão apenas interna nossa" disse Bolsonaro, no sábado. "Então, falar que eu estou satisfeito com o reajuste? Não estou satisfeito com o reajuste, mas não vou interferir no mercado", completou o presidente.