Por Itasat
Felipe Fernandes de Lima será o 13º árbitro mineiro a comandar uma partida entre Atlético e Cruzeiro numa final direta do Campeonato Mineiro entre os dois rivais ao apitar a partida do próximo sábado (2), às 16h30, no Mineirão. O recordista de atuações nos 53 confrontos decisivos entre atleticanos e cruzeirenses é o paulista Paulo César de Oliveira, com quatro jogos no currículo.
Tema polêmico sempre que Galo e Raposa se cruzam na briga pelo título do Estadual, a arbitragem impediu que a primeira decisão direta entre eles terminasse há mais de 90 anos.
No Campeonato da Cidade (Mineiro) de 1931, os dois clubes terminaram empatados com 14 pontos e o regulamento previa uma final entre os clubes.
O combinado entre Atlético e Palestra Itália (Cruzeiro) era de que cada mandante seria responsável por trazer um árbitro do Rio de Janeiro para comandar a partida em seu estádio.
O primeiro jogo, no Barro Preto, em 29 de novembro de 1931, vencido pelo Atlético por 2 a 1, teve o comando de Virgílo Fedrighi, trazido do Rio de Janeiro.
No segundo confronto, em 6 de dezembro de 1931, no Estádio Antônio Carlos, em Lourdes, os atleticanos não cumpriram o acordo. E apresentaram uma lista com três nomes de árbitros mineiros para que fosse escolhido um deles.
Na preliminar, num jogo entre aspirantes, já tinha acontecido uma grande briga e a invasão de campo por muita gente estranha ao jogo. Com a ausência de um árbitro carioca, o Palestra Itália se recusou a jogar e o Atlético foi declarado vencedor por WO, o que lhe garantiu a conquista da taça.
O primeiro mineiro a apitar uma final entre os dois rivais foi Raimundo Sampaio, que comandou os dois primeiros jogos da disputa pela taça de 1940. Ele foi também presidente do Sete de Setembro e dá nome ao Estádio Independência, que foi construído e pertencia ao clube. No jogo em que o Palestra Itália (Cruzeiro) assegurou o título, o comandante foi Mário Vianna, do Rio de Janeiro.
Comparação
Os árbitros do eixo Rio-SP têm grande presença nas decisões entre Atlético e Cruzeiro pelo Campeonato Mineiro. Apesar de Felipe Fernandes de Lima desempatar a disputa entre nomes de Minas Gerais e São Paulo, que ficará em 13 a 12 no número de jogos, os paulistas seguirão à frente.
Isso porque 17 das 53 partidas decisivas entre Galo e Raposa foram comandadas por árbitros paulistas. Os mineiros apitaram 15 partidas, sendo a 16º no próximo sábado, quando será conhecido o campeão estadual de 2022.
No total, nove estados brasileiros já tiveram pelo menos uma arbitragem nas decisões entre Atlético e Cruzeiro, que teve como último mineiro comandando o jogo Igor Junio Benevenuto, em 7 de maio de 2017, no Independência, quando o Galo, que jogava pelo empate, assegurou a taça vencendo por 2 a 1.
Jogo único
As duas decisões anteriores entre Atlético e Cruzeiro em jogo único, como será agora em 2022, também tiveram árbitros do Estado no comando.
Em 1972, após terminarem o quadrangular decisivo empatado em pontos, os dois clubes fizeram um jogo desempate em 7 de setembro. A vitória cruzeirense por 2 a 1, gols de Palhinha, com Dario descontando, foi apitada por Sílvio Gonçalves.
No Estadual de 1990, com cada lado ganhando um turno, a final entre atleticanos e cruzeirenses foi em jogo único. A Raposa voltou a levar a melhor, fazendo 1 a 0, gol de Careca, com Márcio Rezende de Freitas comandando o clássico.