Por Itasat
Deputados se mobilizam para derrubar os vetos do governador Romeu Zema ao projeto de recomposição salarial dos funcionários públicos mineiros. Nesta terça-feira (5), a Itatiaia conversou com parlamentares e mesmo os governistas acreditam ser difícil manter a decisão do governador. O desfecho pode parar na Justiça.
O texto vetado tem até hoje (06), para chegar à ALMG. Depois de lido em plenário, uma comissão especial com cinco deputados elabora um parecer para votação, que vai a plenário. Para derrubar o veto é preciso maioria simples - a concordância de 39 dos 77 parlamentares.
Entenda os cinco pontos que Zema vetou no aumento dos servidores
Líder do governo, Gustavo Valadares (PMN), vai tentar convencer os colegas a manter os vetos.
"O mais provável é que a gente tenha a apreciação na comissão especial, e consequentemente em plenário, na próxima semana. Vamos trabalhar para convencer os deputados que manter o veto é o único caminho que Minas tem para manter as contas e salários em dia".
Os deputados aprovaram recomposição de 14% para servidores da segurança e saúde e 33% para os da educação, mas Zema manteve os 10,06% do projeto original. Também foi derrubado o auxílio-social para policiais aposentados e a anistia a professores que fizeram greve.
Parlamentares que representam estas categorias se dizem indignados. Coronel Sandro (PL) quer o cumprimento do acordo feito em 2019 com 41% de reajuste para a segurança.
"É sempre a mesma reivindicação. O acordo que não foi cumprido pelo governo".
A petista Beatriz Cerqueira reafirmou que o governo possui recursos do Fundeb para o aumento .
"A decisão é política, não técnica nem financeira. eu acompanho a execução do orçamento do Estado. Existem recursos vinculados da educação para custear o piso nacional. O governo encerrou 2021 com R$ 3 bi do Fundeb e outros R$ 3 bi do salário-educação. Já tinha recursos para custear o reajuste".
Em coletiva ontem, apesar do desgaste, Zema reafirmou que não pretende conceder reajuste superior a 10,06% dizendo que não tem "pote de ouro", mas um "vagão cheio de dívidas".