Por Itasat
O Cruzeiro está determinado a não ‘deixar barato’ a saída do atacante Vitor Roque para o Athletico-PR. Em entrevista coletiva, o diretor de futebol da Raposa, Pedro Martins, afirmou que o clube vai buscar na Justiça o direito de receber o valor que acha correto pelo atleta de 17 anos.
“O clube pretende judicializar os fatos. Estamos muito tranquilos e confortáveis com todos os argumentos jurídicos que existem. E o Cruzeiro vai buscar na Justiça os seus direitos para receber a multa que é correta”, declarou.
Em contato com a Itatiaia, o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, disse que o clube agiu dentro da legalidade e que preferiu pagar o valor integral da multa do jogador, de R$ 24 milhões. Contudo, o Cruzeiro alega que negociou com o Furacão para receber R$ 17 milhões pela sua parte do jogador (50% dos direitos econômicos).
Na entrevista, o presidente do clube rubro-negro disse que ficou sabendo do valor da multa do atacante Vitor Roque pelos "representantes" do próprio jogador e que agiu dentro da legalidade e que a relação entre os clubes permanece a mesma.
Pedro Martins criticou a postura do empresário André Cury na condução das negociações e até a posição de Vitor Roque.
“Não tem jogador inegociável no Cruzeiro. O clube está disposto a sentar e conversar com todos. Não tem problema se o empresário quer vender o seu jogador, se o atleta está insatisfeito e quer sair. Mas o que a gente pede é uma postura ética, correta e que seja adotada uma postura frontal. Infelizmente, isso não aconteceu”, disse.
“Com relação ao atleta, eu acredito que poderia ter uma postura diferente com quem gere a sua carreira. Jogadores de alto nível não precisam de leilão, não precisam de negociações turbulentas e muito menos sair pela porta dos fundos. Do lado de cá, a gente pede para que os atletas do Cruzeiro percebam que a gestão de carreira também é um fator fundamental para o sucesso desportivo. Não é só o desempenho esportivo dentro de campo, é o todo”, completou.
O diretor de futebol afirmou que o Cruzeiro negociou com mais de 100 jogadores e só teve problema com Vitor Roque.
“Desde o início, a gente procurou estabelecer conversas com todos os atletas que estavam em processo de renovação de contrato. Foram 139 negociações. Posso citar dois exemplos que estavam acontecendo ao mesmo tempo da negociação com o Vitor Roque: o Geovane [lateral-direito/zagueiro] e o Rafael Santos [lateral-esquerdo]”, iniciou.
“Na negociação, você senta na mesa, um lado defende os valores e o que é pretendido pelo atleta. O outro lado defende o que a instituição quer. Normalmente, a gente chega a um acordo sempre mantendo a ética e o respeito entre as partes. Foi assim que aconteceu. O Geovane e o Rafael Santos renovaram os contratos. Vejo que eles estão muito felizes com o que o clube ofereceu pra eles em termos de projeção de carreira”, continuou.
“Com o Vitor Roque não foi diferente. Apresentamos a ele um plano de carreira, trouxemos possibilidade de crescimento de acordo com o desempenho esportivo. Ficou claro, desde o início, pela postura do representante e das pessoas envolvidas na negociação, que seria uma negociação difícil. Das 139 negociações que a gente participou, apenas uma não teve desfecho: a do Vitor Roque. O procurador deixou evidente que o atleta queria deixar o clube, e queria sair pela porta dos fundos”, finalizou.