Por Itasat
Em meio à discussão se o Atlético deve ou não vender os 49,9% que ainda detém do shopping Diamond Mall para pagar as dívidas, o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Galo, Rafael Menin, trouxe uma informação importante sobre os gastos que o clube vem tendo a cada ano somente com juros.
Em entrevista ao programa Bastidores, da Itatiaia, nesta quinta-feira, Rafael Menin explicou que o Atlético gastou mais de R$ 500 milhões nos últimos dez anos só pagando juros da dívida. Assim, a venda do shopping seria uma saída para se livrar desta despesa.
“A segunda metade do Diamond Mall está muito mais ligada à dívida do clube. Não é segredo para ninguém que o Galo hoje tem uma dívida de R$ 1,2 bilhão. Parte dessa dívida é benigna, uma dívida com os apoiadores, com o Profut. Isso representa 40%, 50% da dívida. O restante são as dívidas onerosas, com bancos, dívidas com fornecedores, dívidas com agentes. Essas dívidas, grande parte delas, têm correções financeiras”, iniciou.
“Em 2021, por exemplo, o Galo gastou quase R$ 80 milhões com juros. Para a gente expandir o universo de tempo, o Galo gastou mais de R$ 500 milhões com juros entre 2011 e 2021. Número maluco”, completou.
Rafael Menin ainda fez uma comparação se o valor fosse quitado e estivesse disponível para ser investido no futebol. “Se a gente imaginar esses R$ 80 milhões por ano, são R$ 6,5 milhões por mês. Isso é o salário de cinco atletas de altíssimo nível. A gente deixa de contratar atletas, ter um time ainda mais forte, porque temos que pagar esse encargo todo mês”, explicou.
Há muito tempo, o Atlético convive com dívidas, mas nunca tomou uma atitude mais drástica para quitá-las. Agora, a diretoria quer reduzir ao máximo dos débitos para o clube não se tornar inviável financeiramente em um futuro próximo.
“A nossa ideia com a venda da outra metade do Diamond Mall seria para debelar uma grande parte dessa dívida onerosa e, com isso, o Atlético ter uma vida financeira muito mais tranquila do que tem hoje. O Galo tem problema financeiro há décadas, mas ele nunca foi atacado de forma corajosa. É uma palavra forte, mas nunca foi priorizado essa solução financeira do clube. Então, é uma bola de neve que vem crescendo a cada ano, e chega um momento que a dívida passa a inviabilizar o clube”, disse.
“Se a gente conseguir debelar esses R$ 80 milhões de juros, que é crescente, certamente a gente poderá ter um time cada vez mais competitivo e estar disputando as principais competições no Brasil e na América do Sul. A gente quer estar no topo da América do Sul no que diz respeito ao futebol. E não dá para estar lá se a gente não tiver com a nossa situação organizada”, finalizou.