Por Itasat
Vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Rafael Menin explicou o aumento dos custos na construção da Arena MRV. Em entrevista durante o evento ‘Galo Business Day’, nessa quinta-feira (5), ele disse que acredita que o valor exigido para as obras de contrapartida está alto e o clube irá tentar diminuir em negociações com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Caso não consiga reduzir o valor, estimado em R$ 220 milhões, o Atlético irá pedir um prazo maior à PBH para fazer os pagamentos.
“Eu acho que vamos chegar em um bom termo, eventualmente diminuir esse valor ou, pelo menos, alongar esse desembolso”, afirmou.
Rafael Menin observou que o Atlético já sabia que o poder público exigiria muitas contrapartidas para a população. No entanto, pelas pesquisas feitas pelo clube em outras cidades, o valor não ultrapassaria os R$ 20 milhões.
“Naquele momento, a gente tinha estimado, olhando o que foi feito em outras cidades, em torno de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões. Colocamos isso no plano de negócios do clube. Ao longo do processo de licenciamento, fomos vendo que seria um valor muito maior. De posse dessas mais de 100 contrapartidas, a gente foi orçando – algumas delas, o orçamento foi muito recente – e chegamos na cifra que hoje está próximo de R$ 220 milhões, o que, de fato, é muito superior ao que já foi cobrado por qualquer equipamento esportivo no Brasil”, ressaltou.
Agora, o Atlético acredita que não será mais surpreendido com o aumento de valores nas obras da Arena MRV. Rafael Menin revelou que o clube já sabia da quantidade de contrapartidas, mas que preferiu não discutir com a PBH para não atrasar o processo.
“Daqui pra frente não tem mais surpresas. Ao longo do processo de licenciamento, que levou entre três e quatro anos, foram sendo discutidas todas as contrapartidas. A diretoria do Atlético e da Arena entenderam, naquele momento, que a gente não deveria estressar qualquer discussão com o poder público para não alongar ainda mais o processo de licenciamento. Obviamente, já sabíamos naquele momento que o valor seria muito superior ao valor que tínhamos estimado quando aprovada a transação para a venda do Diamond Mall que foi o pontapé inicial para a Arena”, afirmou.
“No processo de licenciamento, os órgãos competentes entenderam que essas 108 contrapartidas eram devidas. A gente preferiu, novamente, não estressar e não judicializar o processo. Acho que foi o acertado. Hoje, a gente tem procurado conversar com o poder público. O Bruno [Muzzi, CEO do Atlético e da Arena MRV] tem conversado com o Fuad [Noman, prefeito de Belo Horizonte], com a diretoria do Comam [Conselho Municipal do Meio Ambiente]”, acrescentou.
Diretoria confiante
Independentemente de conseguir ou não a redução no valor das contrapartidas, o Atlético está confiante de que irá cumprir com todas as condicionantes exigidas pelo poder público.
De acordo com Rafael Menin, o clube mais que dobrou o número de cadeiras vendidas na Arena MRV para cobrir o aumento de custos, alterando os planos iniciais.
“O efeito prático é que a gente terá que comercializar mais propriedades comerciais antes da inauguração da Arena. No plano de negócios original, previa-se a venda de 4.500 cadeiras. Nós teríamos que vender aproximadamente 10 mil cadeiras para fazer frente a essas contrapartidas. Mas faz parte, é um projeto que ficará para a história do clube”, frisou.
“Tivemos um pouco mais de dificuldade para arrecadar o recurso necessário para fazer frente aos R$ 670 milhões [nas obras do estádio], mais esses R$ 220 milhões [das contrapartidas], o que dá por volta de R$ 900 milhões [total]. Mas devido ao sucesso comercial da Arena MRV, a gente está muito seguro que esse valor será arrecadado no tempo correto”, finalizou.