Com Itasat
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido com aplausos e gritos de "mito" e "melhor presidente da história", na noite desta quinta-feira (26), por uma plateia de empresários e industriais de Minas Gerais que se reuniram em solenidade de posse da nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Sem citar o nome do seu adversário nas eleições deste ano, em seu pronunciamento de cerca de 15 minutos, procurou comparar seu governo com o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua sucessora, Dilma Rousseff.
"Entre 2014 e 2015, sem crise, o Brasil perdeu quase 3 milhões de empregos. E, entre 2021 e 2022, vocês criaram aproximadamente 3 milhões de empregos. Hoje, nós podemos comparar os períodos de nossa história e, em especial, os anos de 2003 a 2015 e ver o que aconteceu com o nosso país nessa época e como conseguimos sobreviver", disse.
Em tom de campanha, Bolsonaro se colocou como antagonista de Lula.
"Não queremos ouvir falar em revogar as reformas da CLT, em reatar com Cuba, em desarmar o cidadão de bem, em emprestar para ditaduras da América do Sul e da nossa África. Não queremos legalizar as drogas ou o aborto. Não queremos falar em ideologia de gênero para nossas crianças, bem como não valorizamos o MST. Muito pelo contrário, cada vez mais conseguimos dar títulos de propriedade para seus integrantes para que sintam cidadão e deixem de estar a soldo de lideranças maléficas em nosso país", completou.
Bolsonaro também confirmou que ira se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante evento da Cúpula das Américas e que a política externa do país "nunca esteve tão bem".
"Estive na Rússia negociando com Putin o fornecimento de fertilizantes para o nosso agronegócio e, na semana passada, aportaram 26 navios ao nosso país. Depois de receber um enviado especial do presidente Joe Biden, garantimos a nossa ida à Cúpula das Américas e teremos, então, depois de quase dois anos de governo daquele país uma [reunião] bilateral para que possamos prosseguir nossas negociações relacionadas ao comércio com o Brasil", afirmou.
Ministério da Indústria
Antes de ir para a tribuna para discursar, Bolsonaro quebrou o protocolo ao interromper a fala do presidente reeleito da Fiemg, Flavio Roscoe, para anunciar a recriação do Ministério da Indústria e Comércio Exterior - extinto por ele mesmo em 2019.
"Essa foi uma solicitação que, confesso, já estava um pouco madura. Havendo uma outra oportunidade, no corrente ano, vai estar nas mãos do Lira [presidente da Câmara, que também compareceu ao evento] a recriação do Ministério da Indústria", afirmou
A declaração de Bolsonaro foi feita em meio ao pronunciamento de Roscoe, que disse que havia feito a demanda ao presidente, com apoio da bancada federal do Estado.
"Não é possível mais a indústria não ter o seu ministério", afirmou.
Cerimônia
Bolsonaro acompanhou a entrega de comendas a empresários e industriais de todo o Estado e esteve acompanhado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães e diversos deputados federais e estaduais. O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), também esteve presente.
Essa foi a segunda agenda de Bolsonaro em Minas Gerais nesta quinta-feira (26). No início da tarde ele esteve em Coronel Fabriciano, onde participou de uma cerimônia de entrega de 500 moradias do programa Casa Verde Amarela. Antes disso ele participou de uma motociata, onde foi seguido por apoiadores da cidade do Vale do Aço.