Com Itasat
Uma das sobreviventes do massacre em Uvalde, no Texas, contou à rede de TV CNN, que só conseguiu escapar por ter se fingido de morta. Miah Cerillo, de 11 anos, relatou que se cobriu com o sangue de um colega de classe e ficou deitada no chão enquanto ouvia gritos e tiros.
O ataque, realizado na última terça-feira (24), na escola primária Robb, matou 19 crianças e duas professoras da comunidade majoritariamente latina. Segundo a emissora, Miah está tão traumatizada que não consegue falar com homens e não quis aparecer diante das câmaras, mas descreveu o massacre por Salvador Ramos, de 18 anos.
A menina contou que sua turma assistia à TV com duas professoras em uma sala, quando foi avisada de que havia um atirador na escola. Uma das professoras foi até a porta e deu de cara com Ramos, que a acompanhou até o interior da sala, deu "boa noite" e atirou contra ela. Em seguida, o atirador abriu fogo contra a outra professora e as crianças.
Miah disse ter visto balas cruzando o ambiente ao seu redor. Segundo a CNN, fragmentos de munição atingiram a menina nos ombros e na cabeça. Ela precisou ser hospitalizada mas já recebeu alta.
Ramos teria se dirigido à sala de aula vizinha e, em seguida, Miah relata ter ouvido mais tiros e gritos, até que as balas pararam e ela começou a ouvir "uma música triste".
A menina contou que pegou o celular de uma professora, juntamente com um amigo, e telefonou para o serviço de emergências pedindo ajuda. Temendo o retorno de Ramos à sala, ela se cobriu com o sangue de um colega que morreu ao seu lado e se fingiu de morta.
Segundo a CNN, Miah disse que não consegue dormir e que está perdendo cabelo. Sua mãe, Abigale Veloz, iniciou na internet uma campanha de arrecadação de dinheiro custear um tratamento psicológico e médico. Neste sábado (28), as doações ultrapassavam 375 mil dólares, com meta inicial de 10 mil.