Com Itasat
Em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, marcada para começar às 8h desta segunda-feira, em primeira convocação, na sede de Lourdes, o Atlético iniciará o processo para autorizar a venda dos 49,9% que ainda detém do shopping Diamond Mall. A intenção do clube é obter a aprovação dos conselheiros para depois alienar no mercado a parte restante do empreendimento e usar todo o dinheiro para quitar as dívidas onerosas, que incluem os débitos bancários, e que geraram R$ 87 milhões de juros somente no ano passado.
O presidente do Atlético, Sérgio Coelho acredita que os conselheiros irão aprovar a venda, desejo da atual diretoria.
“Estamos bastante otimistas. Fizemos diversos contatos e está muito bem aceito. O Conselho vai nos apoiar. Será muito importante esse apoio porque precisamos sanear as nossas dívidas, e só vamos conseguir se a gente vender o Diamond. O Conselho está entendendo desta forma”, disse o mandatário em entrevista à Itatiaia no Mineirão antes da partida contra o Avaí, nesse domingo (29), pelo Brasileirão.
A reunião que começará às 8h será em primeira convocação e precisará contar com a presença de 2/3 do total de conselheiros (280 pessoas). Caso contrário, às 9h, haverá uma segunda chamada com qualquer quórum.
A votação será aberta e acontecerá de forma híbrida, sendo presencial no auditório da sede de Lourdes e remotamente em ambiente virtual para os conselheiros que não puderem comparecer. A assembleia se estenderá por dois dias e vai terminar na terça-feira (31), às 18h. Ao fim do processo, o resultado será apurado e divulgado.
Para aprovar a venda dos 49,9% restantes do shopping, o Atlético precisará do “sim” de 281 conselheiros, ou seja, dois terços do total de integrantes do Conselho Deliberativo.
A outra metade do Diamond Mall está avaliada em R$ 363,2 milhões, de acordo com documento divulgado pelo clube alvinegro durante o 'Galo Business Day', evento realizado no início do mês de maio.
O dinheiro levantado com a venda do shopping será integralmente usado pelo Atlético para quitar as dívidas onerosas, que correspondem a 38% do total. Ou seja, o valor não será utilizado para pagar os investidores (os chamados 4Rs – Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador), que entram no débito ‘não oneroso’ e representa 36% da totalidade.
Antecipação de R$ 200 milhões para concluir as obras da Arena MRV
Na reunião extraordinária desta segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Atlético também votará a respeito da operação de crédito para antecipar R$ 200 milhões do CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) da Arena MRV.
O CRI da Arena MRV foi disponibilizado ao mercado para captar dinheiro para as obras. Trata-se de uma operação estruturada, na qual a Arena emite títulos para venda, lastreado no contas a receber do estádio, e tem o Atlético como único acionista.
Como garantia, o clube colocará os valores a receber das vendas de cadeiras, camarotes e patrocínios na Arena MRV. De acordo com o Atlético, há aproximadamente R$ 450 milhões para entrar de forma parcelada, já que as comercializações foram divididas aos torcedores em até 72 vezes.
No entanto, o Atlético precisa do valor de imediato para finalizar as obras do estádio. Segundo o clube, “a movimentação é perfeitamente normal no mercado da construção civil”. A operação está descrita nas Demonstrações Financeiras da Arena MRV, disponibilizadas no portal da transparência do Galo.